quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Governador de Mato Grosso quer revisão dos números do desmatamento

Luana Lourenço e Marco Antônio Soalheiro

O governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, afirmou ontem(30) que vai pedir uma revisão dos números de desmatamento de 19 municípios do estado, apontados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) como alguns dos maiores responsáveis pelo avanço do desmate nos últimos meses de 2007. O governador sobrevoou hoje a região centro-norte do estado, junto com os ministros do Meio Ambiente, Marina Silva; da Justiça, Tarso Genro; e do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel.

Em entrevista à Agência Brasil, Maggi afirmou que órgãos ambientais do estado verificaram discordâncias entre a situação do desmatamento e os números apontados pelo Inpe. “Até no sobrevôo hoje ficou muito evidente que algumas anomalias com incêndios em florestas foram consideradas como desmatamento, por isso têm aparecido essas diferenças”, apontou. Em entrevista coletiva após o sobrevôo, a ministra Marina Silva avaliou a situação do desmate no estado como “preocupante”. Maggi afirmou que em 2007 o Inpe errou nas estimativas de desmatamento entre os meses de abril e agosto, o que justificaria o pedido de revisão para o período entre agosto e dezembro. Na avaliação do governador, após a revisão, a configuração da lista de principais desmatadores deverá mudar. “Em que posição eles [municípios de Mato Grosso] vão se encaixar eu não sei, não estou dizendo que não houve desmatamento na região; eu sei que houve tanto desmatamento autorizado como, certamente, também desmatamento não autorizado. Mas precisamos aproveitar esse momento para fazer uma análise profunda de como é que os dados estão sendo trabalhados”, afirmou.

Em entrevista à TV Brasil, o diretor do Inpe, Gilberto Câmara, reconheceu o erro do instituto em 2007 e afirmou que os dados foram corrigidos. As divergências, segundo Câmara, ocorreram pela contagem de áreas que não foram desmatadas e de regiões que já haviam sido contabilizadas. “Corrigimos os dados para toda a Amazônia, os números que estão disponíveis na internet são os corrigidos”, reiterou.

Fonte: Agência Brasil

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