Roberto do Nascimento
A falta de projetos de mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL) no Brasil está levando um dos principais bancos mundiais, o Sumitomo Mitsui Brasileiro, a buscar em outros países da América Latina oportunidades de negócios na compra de créditos de carbono. A instituição japonesa planeja comprar em torno de 7 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) evitadas ou seu equivalente em outros gases de efeito estufa, mas o gerente da área de meio ambiente, Hajime Uchida, não acredita que haverá oferta suficiente.
Crédito de carbono é o mecanismo pelo qual países em desenvolvimento podem vender para países da Europa e Japão certificados do que deixaram de emitir de gases que provocam o aquecimento global. O Brasil tem apenas 261 projetos de MDL em alguma fase de aprovação, validação ou registro no País ou na ONU, equivalente a um total de 36,7 milhões de toneladas anuais evitadas de CO2, ante, por exemplo, 282,6 milhões de toneladas da China ou 98,5 milhões da Índia, países que lideram esse processo.
Uchida atua no Brasil à frente de um dos maiores bancos do país que mais tem buscado no mercado créditos de carbono, para cumprir com suas metas de redução de emissões definidas no Protocolo de Kyoto, cujas normas definem as negociações e obrigações até 2012. Mas o Japão já vem comprando créditos para depois de 2012, certo de que os países com meta de queda na poluição terça de obedecer a objetivos ainda mais rígidos, que devem ser conhecidos até o fim de 2009.
O Sumitono Mitsui vai ampliar o mercado de produção limpa no Peru e na Colômbia, inicialmente, informa Uchida. Em 2007, o banco tinha como meta adquirir 6 milhões de toneladas em créditos de carbono no Brasil, mas, por falta de projetos consistentes, ficou aquém desse número. A partir do preço médio da tonelada de carbono, hoje, de 14 euros, somente o banco japonês está disposto a investir no País R$ 250 milhões.
Fonte: DiárioNet
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