Roberto do Nascimento
A Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima já aprovou 187 projetos de mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL), que atendem à exigências do Protocolo de Kyoto, acordo mundial para evitar ou reduzir as emissões de gases que causam o aquecimento global. Do total, 62% referem-se a projetos voltados para a geração de energia, que representam 3.045 MW, equivalentes ao será produzido pela usina de Santo Antonio, no Rio Madeira, Amazônia.
A energia a partir de biomassa se destaca com 46% dos projetos limpos, seguida da hidrelétrica (26%), pequenas centrais (18%) eólica (6%) e biogás (4%). Com a rápida evolução no número de unidades produtoras (somente a cogeração a partir da biomassa acrescenta 1.409 MW ao parque energético do País), especialistas defendem a inclusão dessas usinas na matriz energética, especialmente com a extensão de linhas de transmissão.
Estudos mostram que a geração de energia por usineiros somada os colocaria no mesmo nível da sétima maior hidrelétrica do Brasil. E a previsão é colocar no mercado até 2012 o equivalente a 10,1 mil MW, superando Itaipu, que gera 9,7 mil MW. A Associação Paulista de Cogeração de Energia (Cogen) informa que a safra 2012/2013 deve alcançar 695 milhões de toneladas de cana. Cada tonelada produz 250 quilos de bagaço e 204 quilos de palha/ponta, capazes de gerar 199,9 quilowatts/hora. O Brasil tem hoje 268 projetos de MDL em alguma fase de aprovação, com prevalência da geração elétrica (168), suinocultura (40 projetos que capturam gás metano) e 28 de aterro sanitário. Os demais estão divididos entre a indústria (14), programas de eficiência energética (9), tratamento de resíduos (3), seqüestro de óxido nitroso (4), indústria química e produção de metal com projeto cada.
Todos esses projetos reunidos prometem evitar a emissão de 274 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) ou seu equivalente em outros gases-estufa. Como cada tonelada evitada tem um preço de mercado, podendo ser vendida para os países que têm meta obrigatória de redução de emissão desses gases, ao preço de hoje esses projetos representam uma receita adicional para as empresas de cerca de R$ 11 bilhões.
Fonte: DiárioNet
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