O governo paraense lançou hoje (20), às 10h, no Auditório do Museu Goeldi, o programa “Extinção Zero” e torna-se o primeiro estado da Amazônia brasileira a oficializar a sua lista de espécies ameaçadas de extinção, desenvolvendo também um programa para monitorar e proteger plantas e animais ameaçados. O Programa “Extinção Zero” é resultado de um esforço conjunto entre a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG/MCT) e a Conservação Internacional (CI).
O decreto que institui o programa reconhece oficialmente a existência de 181 espécies ameaçadas de extinção no estado do Pará.'A Lista Vermelha do Pará apresenta dados científicos exaustivamente discutidos com agentes locais (incluindo representantes do setor produtivo, como madeireiros e garimpeiros) e com especialistas brasileiros em cada um dos grupos taxonômicos proposto na lista. A coordenação do processo de elaboração da Lista ficou a cargo do Museu Goeldi, cujo corpo de pesquisa também elaborou um banco de dados georeferenciado com 675 espécies candidatas. Entre as 181 espécies consideradas oficialmente sob ameaça de extinção encontram-se 91 vertebrados, 37 invertebrados e 53 plantas. As espécies mais ameaçadas, classificadas como “criticamente em perigo”, são duas espécies de plantas, sete de peixes, uma de pássaro e três de mamíferos.
A maioria das espécies da lista está concentrada nas áreas mais desmatadas do estado, especialmente na região conhecida como Centro de Endemismo Belém, situada ao leste do estado, na área compreendida entre o Pará e Maranhão. O macaco-cairara (Cebus kaapori) e o cuxiú-preto (Chiroptes satana) são exemplos mais conhecidos das espécies criticamente em perigo. Com o programa “Extinção Zero”, o Pará lança uma inovação na gestão ambiental em relação aos outros estados – e propõe avanços para a maioria dos países do mundo.
No decreto que torna a lista oficial, assinado nesta quarta-feira, o estado se compromete com três medidas diferenciais:
1) criar uma estrutura para coordenar o Programa Extinção Zero, composto por um comitê gestor e técnico, além da elaboração de um plano de preservação das espécies ameaçadas, tendo como base a “lista vermelha” do estado;
2) Reconhece as Áreas Críticas de Biodiversidade (onde se encontram as espécies listadas) como regiões prioritárias para conservação e que necessitam de esforços para sua recuperação;
3) Prevê a atualização e a necessidade de ações urgentes no sentido de investigar, conhecer e preservar estas espécies, especialmente as criticamente ameaçadas.
Uma conseqüência positiva do decreto é que a área do estado formalmente protegida possivelmente irá aumentar, visto que a mais importante Área Crítica de Biodiversidade no estado continua desprotegida – o Centro de Endemismo Belém. Hoje, o Pará tem 55% de seu território dentro de áreas protegidas ou territórios indígenas, onde se incluem algumas das maiores áreas protegidas de florestas tropicais do mundo, como a Estação Ecológica Grão Pará, com 4,2 milhões de hectares, situada em uma região que não está sob pressão neste momento.
Serviço
Data: 20 de fevereiro de 2008
Horário: 10h
Local: Auditório Alexandre Rodrigues Ferreira (Parque Zoobotânico do Museu Goeldi – Av. Magalhães Barata, 376 - Belém (PA)
Fonte: Museu Goeldi
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