Agora os empresários do setor coureiro têm mais um dado para reafirmar que vale a pena utilizar o couro dos peixes amazônicos na confecção de bolsas, sapatos, carteiras e outros acessórios, e que é viável investir no curtimento na região. O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) divulgou no final de 2007 uma pesquisa que comprova a alta resistência dos couros de tambaqui e pirarara ao rasgo, ou seja, foi comprovada a resistência desses couros utilizando as técnicas de medição da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
A pesquisa é o resultado da dissertação de mestrado “Curtimento de peles de tambaqui (Colossoma macropomum) e pirarara (Phractocephalus hemioliopturus), com curtentes sintéticos e com curtentes naturais da Amazônia”, desenvolvida no âmbito da Coordenação de Pesquisas em Tecnologia de Alimentos (CPTA) pela mestranda Maria do Perpétuo Socorro Silva da Rocha, sob a coordenação do pesquisador Rogério Souza de Jesus. Além de comprovar por meio de testes, conforme padrões da ABNT, o projeto também analisou a viabilidade em se utilizar taninos naturais e sintéticos extraídos de vegetais amazônicos em substituição ao cromo, que é prejudicial à saúde e ao meio ambiente. A idéia era verificar a resistência dos couros curtidos com os três tipos de curtentes. “Os taninos contribuem para o sabor adstringente em comidas e bebidas, como aquele sentido ao se consumir vinhos tintos, chás e frutas verdes. Na pele dos animais, serve para transformar as proteínas da pele em produtos resistentes à decomposição”, explica Rocha.
Segundo a pesquisadora, curtir significa conservar. Por isso, para curtir a pele do animal é necessário retirar alguns elementos que a compõem, o que é possível por meio de substâncias orgânicas ou inorgânicas, tornando-a flexível, macia e brilhosa. O curtimento envolve, essencialmente, três fases: ribeira; curtimento; e recurtimento e acabamento. A primeira envolve a preparação do couro para o curtimento por meio de processos químicos e mecânicos. A segunda consiste no curtimento propriamente dito, ou seja, é o momento em que o curtente mineral ou vegetal reage na pele para que a mesma não se decomponha. E, por último, o acabamento por meio de tingimento, engraxe e secagem. Rocha destaca que o trabalho é importante para os empresários do setor porque não existia na literatura nada que comprovasse, tecnologicamente, a resistência dos couros dos peixes da Amazônia em relação a sua utilização em confecções de roupas, por exemplo.
Testes
Fonte: Agência Fapeam
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