Roberto do Nascimento
Imagine a maior cidade do País, São Paulo, fechada durante 43 anos, sem emitir um grama de gás de efeito estufa. A conta pode ser feita a partir de estimativa do Ministério das Minas e Energia para demonstrar a importância do uso do álcool como combustível no combate ao aquecimento global. De 1972 até 2006, deixaram de ser emitidas na atmosfera 675 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2), o principal gás-estufa.
As informações foram transmitidas pelo presidente da Petrobrás, José Sergio Gabrielli, durante painel Brasilia Legislators Forum, que se encerra hoje na capital federal. Segundo ele, a estatal deve evitar a emissão de 21,3 milhões de toneladas de CO2 no período 2007-2012, com a produção e o uso crescente de biocombustíveis, contribuindo para a sustentabilidade dos negócios e para a mitigação das mudanças climáticas. O aumento no uso de fontes renováveis pode contribuir para reduzir em até 15% o consumo nos transportes de energia proveniente de combustíveis fósseis até 2030. No mundo, a participação do setor de transportes no consumo total de energia passou de 26,5% em 1972 para 30,3% em 2005. No Brasil, o percentual passou de 22,3% em 1970 para 31,4% em 2006. Projeções indicam que o setor de transportes será o maior consumidor mundial de petróleo no período 2005-2025.
Para Gabrielli, a substituição parcial dos combustíveis fósseis pelos biocombustíveis é fundamental para a redução das emissões. Observou que o País é um dos poucos com capacidade para aumentar significativamente a produção agrícola, pois dispõe de 90 milhões de hectares de terras viáveis que não abrangem cidades, reservas ambientais, áreas de cultivo de alimentos, pastos, áreas protegidas, além da Amazônia. Gabrielli destacou também a importância do biodiesel nos esforços pela redução das emissões de CO2, informa a assessoria. O biodiesel é produzido a partir de oleaginosas como soja, mamona, palma e girassol, e pode ser misturado ao diesel de origem fóssil. Baseado em projeções para 2030, o presidente da Petrobrás demonstrou que os biocombustíveis deverão aumentar sua participação no setor de transportes. No Brasil, devem corresponder a 5% do consumo a partir de 2013.
Fonte: DiárioNet
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