A violência tem atrapalhado o trabalho de combate ao mosquito da dengue nos municípios fluminenses. Hoje (22), o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, reconheceu a dificuldade dos agentes de saúde entrarem em comunidades dominadas pelo tráfico. “Como colocar agentes de saúde em comunidades dominadas pelo tráfico?”, questionou, para acrescentar em seguida: “É verdade que há dificuldade dos agentes entrarem em determinados lugares e também que alguns moradores, também pela questão da violência, impedem a entrada dos agentes”. Outra questão que atrapalha o combate ao mosquito transmissor da dengue, segundo o ministro, é a desordem urbana. Ele citou as dificuldades de acesso aos lugares, que impedem o recolhimento de lixo, e a dinâmica da construção das casas. “Imagine uma grande favela onde não há telhados, mas lajes com irregularidades. Chove e a água fica acumulada”, disse.
Temporão acredita que os problemas de infra-estrutura devem ser resolvidos com as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nas comunidades carentes do Rio, que, segundo ele, também podem ajudar a acabar com o tráfico de drogas. Os casos de dengue no Rio de Janeiro e na Região Norte do país estão na contramão dos dados nacionais. “A situação no Rio piorou em relação ao ano passado”, disse, ao destacar a alta incidência da doença nas cidades de Itaboraí, Campos e no Rio, notificadas nas primeiras semanas do ano de 2008. De acordo com a Secretaria de Saúde do Município do Rio, desde o mês de janeiro 6,7 mil casos de dengue foram registrados, o que representa um crescimento de 230% das notificações em comparação com todo o ano de 2007. Um pacote de medidas contra a dengue deve ser lançado ainda na tarde desta sexta-feira pelo ministro da Saúde e pelo governador do Rio, Sérgio Cabral.
Fonte: Agência Brasil
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