Andréia Mayumi
Pesquisa analisa expansão da fronteira agrícola para o sul do Amazonas. Entre as principais conseqüências desse avanço no campo está o impacto ao meio ambiente Nos últimos anos, a produção de soja no Amazonas cresceu 425%, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). Em 2001/2002 a safra do Estado foi de 1,6 mil toneladas.
Em 2005/2006, o número disparou para 8,4 mil toneladas. O crescimento da soja está fazendo com que o Amazonas se destaque na produção de um dos itens mais importantes no ranking de exportações brasileiras. Se por um lado a soja tem evidenciado o Estado no cenário nacional, a produção desse grão tem uma relação direta com os índices de desmatamento na área. O surgimento, em hectares, de uma nova área plantada de soja representa o aumento de uma unidade de foco de calor na região, afirma Elane Conceição de Oliveira, no trabalho “A expansão da fronteira agrícola para o sul do Amazonas”, que contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
A soja tem provocado a expansão das fronteiras agrícolas para o sul do Amazonas em municípios como Apuí, Humaitá e Manicoré, e segundo a autora, tal fenômeno assume um padrão de impacto ao meio ambiente, ainda que em proporções baixas em relação a outras regiões estudadas. Conforme o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Estado do Amazonas (IDAM), Humaitá, assim como os demais municípios do sul do Estado, vêm sendo ocupados de forma intensiva por produtores de outras regiões, transformando os ecossistemas naturais com a ocupação das atividades de pecuária e agricultura.Elane afirma que a expansão das fronteiras (agrícola, pecuária, extração vegetal) na Amazônia segue um paradoxo histórico: tentativas de desenvolver a região X degradação ambiental.
Um fator importante no desmatamento recente na Amazônia é o crescimento da soja mecanizada. “A soja é uma commoditie influenciada diretamente pelo preço do mercado internacional. Se o preço do grão aumenta, a produção brasileira também, gerando expansão da área cultivada. Esses locais podem ser as terras degradadas pela pastagem estabelecidas anteriormente, terras especuladas por grandes produtores da agricultura mecanizada ou podem ser florestas. Esse processo todo influencia indiretamente o desmatamento”, explica Elane. De acordo com dados levantados no estudo, atualmente a região amazônica segue uma orientação de ocupação dirigida pela produção extensiva da pecuária bovina e cultura da soja. Estes dois produtos, além de serem os principais motores do agronegócio brasileiro, detêm uma produção na ordem de 35% e 33% respectivamente em relação ao resto do País. Contrariando tais informações, os resultados da pesquisa de campo permitiram diagnosticar que a produção de soja em Humaitá está diminuindo em virtude de diversos fatores, como problemas fundiários nas regiões de campos naturais, dificuldades para obtenção de crédito, falta de licença de desmate, falta de escoamento da produção, entre outros.
Sobre a pesquisa
Bolsista: Elane Conceição Oliveira
Orientador: Dr. Alexandre Rivas (UFAM)
Programa: Pós-Graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia (UFAM)
Fonte: Agência Fapeam
3 comentários:
Os resultados desta pesquisa são muito interessantes. Como posso entrar em contado com a Elane??
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