Os especialistas em vendas de créditos de carbono do ABN Amro Banco Real Maurik Jehee e Desiree Hanna estão otimistas com o futuro dos mercados voltados para a redução das emissões de gases que provocam as mudanças climáticas e apostam no crescimento de negócios que devem movimentar este ano 61 bilhões de euros, dos quais 15 bilhões por meio de mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL), que inclui países como Brasil, China e Índia. "Obviamente temos mais perguntas do que respostas, mas podemos resumir que a tendência é claramente para uma redução cada vez mais acentuada de emissões, de cada vez mais países e setores. A tendência de crescimento de importância dos mercados como instrumento de alcançar estas reduções também continua. Faltam regras claras, por prazos longos, para se conseguir um funcionamento perfeito desses mercados. Mas se o mercado de crédito de carbono hoje já movimenta um volume significativo 15 bilhões de euros, o futuro deve ver um múltiplo disso, numa forma ou outra."
Jehee e Hanna fazem um balanço do mercado para explicar suas expectativas e fazem as perguntas que ainda buscam respostas: "As análises para pós-2012 têm deixado certo grau de confusão no mercado. Afinal, o plano anunciado pela Comissão Européia de reduções significativas de emissões dos 27 países trará boas notícias para a demanda de reduções certificadas de emissões no futuro, sim ou não? E como os resultados das negociações globais, no âmbito da ONU/UNFCCC podem influenciar o mercado?" Eles observam que as opiniões dos analistas não têm sido unânimes. "A reunião do clima em Bali, em dezembro, fechou um compromisso histórico entre 190 países, para se chegar, até dezembro de 2009, a um acordo global sobre as reduções de emissões no período 2013-2020.
E os Estados Unidos devem finalmente assumir uma meta real. Também devem continuar pressionando para que os maiores emissores entre os países em desenvolvimento (Brasil, Índia e China, mais México e África do Sul) assumam metas também." Além disso, em fevereiro, a Europa lançou seu plano se comprometendo com metas de 20% de redução de emissões de gases-estufa, podendo ser aumentado até 30%, dependendo do resultado das negociações globais. "Ou seja, estamos convergindo claramente para um mundo de baixas emissões."
De outro lado, muito tempo deve correr ainda, até que as tendências se traduzam em sinais claramente positivos para os mercados de crédito de carbono. "Mercados precisam de certezas para operar de maneira eficiente. Compradores precisam saber quais serão as metas de reduções e como serão as regras. Por enquanto, as empresas não sabem isso e, em conseqüência, poucas têm interesse em comprar allowances ou créditos de carbono para os prazos além de 2012."
A maior demanda, informam, ainda vem do Banco Mundial, mas em volumes muito modestos. A mesma coisa se aplica para as regras de importação de MDL. A Europa ainda tem de deixar a porta aberta para os vários cenários possíveis. "Entre os dois extremos, o de ter um acordo global para um mercado unificado de carbono e nenhum acordo global, ainda existem muitas alternativas", afirmam. O que acontece, se os EUA assumirem uma meta agressiva de reduções, mas não aceitarem o MDL como forma de reduzir emissões? Essa pergunta não tem resposta ainda, mas, para eles, o fato de os EUA terem metas já representa uma grande demanda por mecanismos capazes de reduzir as emissões.
Fonte: DiárioNet
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