sexta-feira, 14 de maio de 2010

Pesquisa aponta risco para lagartos

Da Uerj
A edição da revista Science desta semana (nº 5980) traz um estudo feito por 26 cientistas de 11 países que aponta uma ampla extinção mundial de populações de lagartos devido a mudanças climáticas. Único pesquisador brasileiro a fazer parte do grupo, o Dr. Carlos Frederico Duarte Rocha, do Departamento de Ecologia do Instituto de Biologia da UERJ, pesquisou a espécie Liolaemus lutzae (conhecido como lagartinho-branco-da-praia), que só existe em ambientes de restinga no Estado do Rio de Janeiro.

“Das 24 populações ao longo da costa do Rio de Janeiro, sete desapareceram, representando cerca de 28% de populações extintas dessa espécie no Brasil. Inicialmente se pensou que era devido a alterações do habitat, mas, na realidade se deu devido a alterações no seu nicho térmico”, explica o professor, que estuda a espécie desde 1984.

Os lagartos têm a necessidade de se expor ao sol para se aquecer, mas, quando a temperatura aumenta muito, eles têm de retornar à sombra. Como consequência, esses animais passam mais tempo dentro do abrigo, captam menos energia, alimentam-se menos e não crescem devidamente.

O estudo, intitulado Erosion of lizard diversity by climate change and altered thermal niches” (“Erosão da diversidade de lagartos pela mudança climática e pela alteração de nichos térmicos”), alerta que, se as tendências atuais permanecerem, cerca de 20% de todas as espécies de lagartos podem ser extintas até 2080. A pesquisa foi liderada pelo pesquisador Barry Sinervo, professor de Ecologia e Biologia Evolutiva na Universidade da Califórnia (Estados Unidos), que reuniu ainda cientistas dos Estados Unidos, Austrália, França, México, Argentina, Chile, Peru, África do Sul, Colômbia e Espanha.

No Brasil, o financiamento para o estudo envolveu agências de fomento como o CNPq e a Faperj. O texto completo está disponível em: http://www.sciencemag.org/cgi/content/full/328/5980/894.

Nenhum comentário: