PF quer ouvir Romário

Ex-jogador será convocado a depor sobre crime ambiental num terreno em Angra dos Reis

Por Paula Sarapu, do jornal O Dia

O ex-jogador Romário deve ser intimado ainda esta semana a depor na Polícia Federal de Angra dos Reis, em inquérito que apura crime ambiental no luxuoso condomínio Ilha do Jorge, em Angra. Empresário do ramo da construção e dono do terreno, Antônio Rogério Saldanha Maia afirmou, em depoimento, que vendeu três lotes a Romário por R$ 400 mil, em março de 2007. Durante as obras, porém, uma pedreira na encosta do terreno teria sido removida com dinamite, o que é proibido.

Segundo o empresário, que depôs há uma semana, o negócio foi feito por instrumento particular de compra e venda, e o pagamento seria feito em 20 parcelas de R$ 20 mil. Antônio ainda assinou procuração em nome do jogador, como garantia de que Romário pudesse fazer interferências no terreno, já que a escritura definitiva não tinha sido entregue.

Outra procuração foi assinada em nome de um corretor de imóveis de Cabo Frio, Thiago Costa, que seria amigo de Romário. Em depoimento, Antônio afirmou ainda que a transferência de propriedade não foi feita a pedido do ex-jogador, por causa de “problemas de ordem familiar, de separação conjugal”. A O DIA, o empresário disse que só a primeira parcela foi paga e que o Baixinho teria desistido da compra após o embargo da obra.

Advogado desconhece
“Romário e eu já nos conhecíamos. Ele me procurou querendo saber o preço do terreno e se eu gostaria de vendê-lo. Dias depois, um corretor chamado Thiago veio concretizar o negócio. Ele até conseguiu uma licença em meu nome para retirar as pedras da encosta de forma manual, mas acabaram usando dinamite, o que é proibido. Thiago estava preparando o terreno para o Romário, mas ele parou de pagar depois da confusão”, afirmou Antônio.

Romário poderá ser ouvido por meio de carta precatória, sem necessidade de ir até Angra. O advogado do ex-jogador, Norval Valério, disse desconhecer o inquérito e negou que seu cliente tenha imóveis ou terrenos em Angra dos Reis.

Segundo a Polícia Federal, há informações de que o ex-jogador teria viajado de helicóptero algumas vezes até a cidade, para acompanhar as obras. Dividido em 141 lotes, o condomínio Ilha de Jorge dispõe de heliponto e quadras de tênis.