quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Ibram gasta mais com aluguel de sede do que com manutenção de parques

Da Globo/DF

Neste ano, o Instituto Brasília Ambiental ainda não aplicou nada do total de R$ 5,4 milhões previstos para as áreas verdes. Parte dos 73 parques do DF está compleatmente abandonada.

No Parque Multiuso da Asa Sul, descaso e abandono. Parte da cerca não existe. O mato alto disputa lugar com muito entulho e o único espaço em uso é o dos aparelhos de ginástica. Mesmo assim, alguns estão enferrujados.

“Tem aparelhos que não dá para usar, estão enferrujados, precisavam de, pelo menos, uma tinta”, reclama o motorista Deusete Cabral.

“Eu frequento o parque regularmente. Mas percebo que, devido ao abandono, poucas pessoas fazem o mesmo”, afirma o corretor de imóveis Theobaldo Solino.

A situação se repete em vários dos 73 parques do DF. No Parque Ecológico das Garças, no Lago Norte, a placa de entrada quase não resiste. No meio do mato, lixo, garrafa quebrada e o resto de uma fogueira.

Nos últimos três anos, o Instituto Brasília Ambiental (Ibram), órgão responsável pelos parques, gastou mais com o aluguel da sede do que com a manutenção das áreas verdes.

De acordo com o Sistema Integrado de Gestão Governamental (Siggo), de 2008 até agora, o Ibram gastou mais de R$ 4 milhões em aluguel. Enquanto isso, foram usados com os parques somente R$ 1,230 milhão. Neste ano, o Ibram ainda não aplicou nenhum centavo do total de R$ 5,4 milhões previstos.

Em 2009, o presidente do Instituto, Gustavo Souto Maior, disse que iria transferir a sede para um prédio público. Mas a mudança só ocorreu no mês passado, para um prédio de sete mil metros quadrados, na Asa Norte.

O contrato foi assinado sem concorrência pública. O presidente do Ibram dispensou a licitação e o aluguel ficou ainda mais caro. Passou de R$ 130 mil para R$ 170 mil por mês.

No Instituto, ninguém quis comentar o assunto. A assessoria declarou que só o presidente poderia falar, mas ele está de férias.

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