Iniciativa tem o objetivo de preservar a fauna e proteger aves de rapina, como corujas e gaviões
Preservar a fauna da reigão e protegar as aves de rapina é o principal objetivo do projeto Murucututu, que se dedica à recuperar pássaros maltratados e devolvê-los de volta à natureza ou a locais adequados para a sobrevivência dos animais. O projeto surgiu de uma parceira da ONG No Olhar com a Universidade Federal Rural da Amazônia e empresta o nome de uma simpática espécie de coruja.
Um exemplar da espécie Murucututu está entre os beneficiados da parceria, que conseguiu recursos para revitalizar o solário, espaço mais amplo e arejado para tentar reduzir os estresses do cativeiro e oferecer mais conforto aos animais em recuperação.
"Precisamos respeitar eles, já que não é possível mais levar estes animais silvestres de volta ao habitat dele é preciso haver harmonia entre eles e o homem", afirma Marcos Wilson, coordenador da ONG No Olhar.
As aves representam a maioria dos pacientes do Ambulátorio de Animais Silvestres da UFRA, que tem 21 pássaros em tratamento. Um deles é o papagaio apelidado de "Carequinha", que se recupera de uma queimadura. "Ele ficou careca por causa disso. As penas estão nascendo, ele ficou cego e é bastante agressivo por causa disso, mas está se recuperando", conta Leila Menezes, veterinária da UFRA.
Veterinária Leila Menezes cuida de aves atendidas no projeto. (Foto: Reprodução/TV Liberal) |
Leila conta que acaba se apegando aos animais que recebem cuidados no ambulatório, como o araçari que se tornou o xodó da veterinária. Ele e mais três tucanos devem ganhar um criadouro para morar em breve.
Maus tratos
Segundo o biólogo Felipe Furtado, a maioria das ocorrências de violência com animais silvestres envolve aves como gaviões e falcões. "Eles são tidos como agressivos e as pessoas maltratam eles". Furtado explica ainda que as vítimas de agressão podem ser reabilitadas com a falcoaria, técnica há cerca de seis mil anos para treinar e cuidar de aves de rapina.
As corujas também são alvos frequentes de maus tratos. "Por causa de mitos populares, muitas pessoas maltratam a coruja, queimam ninhos inteiros, acham que ela está relacionada com azar, mal agouro", conta o cientista ambiental César Silva.
Além de uma jibóia de quase dois metros, César adquiriu por meio de licença ambiental uma coruja da espécie suindara, conhecida popularmente como "rasga mortalha". Os animais são usados pelo cientista em suas palestras e aulas sobre educação ambiental, e já se tornaram parte da vida dele.
Fonte: G1
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