segunda-feira, 1 de junho de 2015

Cinco municípios do Amazonas aguardam reconhecimento de situação de Emergência

Mesmo com decreto municipal, as cidades precisam da homologação do Estado para receber ajuda humanitária e verbas

MANAUS – Caapiranga, Borba, Codajás, Itacoatiara e até a capital do Amazonas, Manaus, aguardam reconhecimento da situação de Emergência por parte do Governo do Estado. 

As cidades ainda estão com documentação incompleta junto a Defesa Civil do Amazonas, órgão que homologa a situação no Estado e garante o envio de verbas e ajuda humanitária às localidades atingidas pela enchente. A Defesa Civil do Amazonas não deu previsão de quando o processo de reconhecimento será concluído. Outros 30 municípios já tiveram a condição reconhecida desde o início da cheia. Em todo o Estado já são mais de 230 mil pessoas afetadas pela enchente.

Em Manaus, a área mais crítica é Zona Rural, onde escolas já foram transferidas de localidade para dar continuidade ao ano letivo. "Temos avisado as prefeituras e o Estado sobre a situação das grandes cheias. É possível que elas se repitam com mais frequência nos próximos anos e nós temos que nos preparar construindo edificações mais altas e distantes das áreas de alcance dos rios”, alerta o coordenador de articulação do órgão, Hermógenes Rabelo.

As situações de Emergência e Calamidade são caracterizadas pela incapacidade das prefeituras em prestarem socorro aos seus habitantes e manterem o funcionamento de serviços básicos como saúde e educação. Para que o município tenha a condição reconhecida, é necessário que a prefeitura publique um decreto municipal e em seguida, envie a documentação necessária à Defesa Civil estadual, que homologa a situação. Só então o Governo Estadual envia ajuda humanitária e verbas para medidas paliativas de socorro aos atingidos pela cheia.



Fonte: Portal Amazônia

Museu da Vida promove série de atividades culturais na Semana do Meio Ambiente

Para comemorar o Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, o Museu da Vida — espaço da Fiocruz que integra ciência, cultura e sociedade — preparou uma série de atividades culturais, todas gratuitas e abertas ao público, entre os dias 1º e 6 de junho. O objetivo da “Semana do Meio Ambiente” é promover reflexões sobre a importância da preservação do meio ambiente e sua relação com a saúde e sociedade em geral.

As atividades acontecem no campus Manguinhos, localizado na Zona Oeste da cidade, de segunda a sexta, das 9h às 16h30, e sábado, das 10h às 16h. “Nós inserimos a Semana do Meio Ambiente em nosso calendário de eventos devido à tradição do museu em trabalhar questões ambientes e de sustentabilidade na maioria de suas atividades junto ao público”, explica Diego Bevilaqua, chefe do Museu da Vida.

Quem passar pelo Museu da Vida durante a semana poderá participar de palestras na Tenda da Ciência e no auditório, 'contação' de histórias, oficinas de brinquedos com sucatas, passeio pelo campus da Fiocruz e Horto, além de ter a oportunidade de conhecer uma minicolônia de formigas saúvas e observar no microscópio óptico a vida que existe na água não tratada.

O Museu da Vida fica localizado no campus da Fiocruz, na Av. Brasil, 4.365, Manguinhos, Rio de Janeiro.

Confira a programação

Fonte: Portal Fiocruz

Auditorias reforçam sucesso do Compromisso Público da Pecuária

Resultados mostram que os fornecedores diretos dos gigantes do setor não contaminam mais a carne com desmatamento da Amazônia

Há dez anos o Greenpeace começou a investigar a cadeia produtiva da pecuária na Amazônia, setor que ainda hoje representa uma das principais ameaças à preservação da floresta. Em 2009 lançamos o relatório “A Farra do Boi da Amazônia”, que mostrava a terrível relação entre empresas frigoríficas e clientes como Nike, Adidas, Unilever, Casino, Carrefour e Walmart com o desmatamento da floresta e o uso de trabalho escravo.
Terras da Floresta Nacional de Jamanxim, próximas à BR-163 são queimadas ilegalmente para abrir espaço para a criação de gado. (© Rodrigo Baléia / Greenpeace)


O esforço valeu a pena. Apenas um mês depois da publicação do relatório, os maiores frigoríficos do Brasil - JBS, Marfrig e Minerva – que representam hoje algo em torno de 60% de tudo o que é abatido no bioma, assumiram um compromisso público de só negociarem carne e couro com fazendas que não recorressem ao desmatamento, ao uso de trabalho escravo ou invasão de áreas protegidas. As empresas firmaram também, junto ao Greenpeace, um Termo de Referência, onde se comprometeram, com base nos mesmos critérios, a auditar e publicar anualmente seus resultados nesta empreitada contra o desmatamento.
Hoje, os frigoríficos divulgaram os resultados da segunda auditoria anual independente realizada para testar o sistema de controle socioambiental de compras e as conclusões são animadoras: de acordo com as empresas de auditoria, BDO e DNV, os três frigoríficos tem, de fato, conseguido cortar relações comerciais com fazendas que continuam a desmatar. Segundo o relatório, 99% das compras, analisadas por amostragem, vieram de fornecedores diretos que deixaram o desmatamento no passado.
Todas as empresas aumentaram o percentual de propriedades e compras de gado de fazendas fornecedoras monitoradas com mapas georreferenciados, que são mapas muito mais precisos e completos. Este ano a Marfrig atingiu 100% de fornecedores com este tipo de identificação. Em 2014 a empresa possuía 98% de seus fornecedores mapeados. A JBS passou de 50%, em 2014, para 71% das compras de gado de fazendas monitoradas. Já a Minerva tinha 43% de fazendas com mapas no ano passado e esse percentual pulou para 85%.
Veja aqui os resultados das auditorias
“Os três frigoríficos avançaram muito ao banir produtores diretos que continuam destruindo a floresta ou invadindo ilegalmente terras indígenas. Os frigoríficos estão monitorando de forma mais precisa as fazendas que fornecem diretamente para eles. Tem equipes de sustentabilidades dedicadas a monitorar diariamente as fazendas das quais querem comprar e mostraram que dá para monitorar a produção pecuária. Coisa que, em um passado recente, era impensável.”, disse Adriana Charoux, da campanha Amazônia do Greenpeace.
Infelizmente, a produção pecuária ainda é uma das principais causas do desmatamento na Amazônia. O gado ocupa atualmente mais de 60% da área já desmatada de floresta. Mas esse cenário vergonhoso para o setor e para o Brasil – que se vangloria de ser o maior produtor de carne do mundo, mas que oculta os impactos e passivos socioambientais presentes na cadeia de produção – pode acabar.
“A publicação desses resultados é crucial para assegurar a transparência e favorecer o controle social da produção na Amazônia brasileira”, conta Charoux. “Vemos que, cada vez mais, as empresas vem dando preferência a fornecedores que estão em acordo com a lei e praticando as condições do Compromisso que exige mais do que a lei – o Desmatamento Zero.  Isso é um grande incentivo para todo o mercado e, sobretudo, uma trilha aberta para a preservação da floresta”, observa.
Um estudo publicado recentemente na revista científica Conservation Letters, assinado pela professora Holly Gibbs, da Universidade de Wisconsin, mostra que o Compromisso vem ajudando a reduzir o desmatamento e que isso ocorreu graças a pressão exercida pelo mercado, que adotou critérios mais rígidos de compra. A análise de Gibbs mostra que o compromisso assinado em 2009 vem ajudando a reduzir o desmatamento, tornando a destruição da floresta um mau negócio. Através de estudo de caso baseado na JBS, em 2009, 36% das propriedades que forneciam carne ou couro para a empresa tinham registros de desmatamentos recentes. Em 2013 este número caiu para 4%. Fazendeiros fornecedores registraram suas propriedades no Cadastro Ambiental Rural (CAR) quase dois anos antes de propriedades vizinhas não fornecedoras, e 85% dos fazendeiros entrevistados indicaram que os acordos eram a causa principal para essa atitude.Consequentemente, frigoríficos diminuíram as compras de fazendas com desmatamento recente, que foi cerca de 50% menor que o registrado em fazendas que forneciam antes da assinatura do compromisso.
Mas segundo a pesquisadora, para que o acordo seja ainda mais efetivo, é preciso acabar com as falhas e com o vazamento de gado que acontece quando outro frigorífico compra de fazendas rejeitadas pelas empresas comprometidas com desmatamento zero “contaminando assim a cadeia com desmatamento”.
“Para que o setor deixe de vez o inglório posto de `maior desmatador da Amazônia’ implementar o controle sistemático de fornecedores indiretos deve ser uma prioridade daqui em diante. Está também mais do que na hora de outros frigoríficos e supermercados assumirem o compromisso com o Desmatamento Zero como critério básico de compra. As associações brasileiras de carne (ABIEC e ABRAFRIGO) e a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) devem orientar firmemente seus associados a abandonarem de vez o desmatamento”, avalia Charoux. “Fazer qualquer coisa menos do que isso é inaceitável”, conclui.
A preservação da Amazônia é fundamental para muito além de suas fronteiras. É a floresta que regula o clima e a geração de chuvas em todo o Brasil e no continente sul-americano, o que impacta na própria produção agropecuária. Sem floresta, não tem água, comida nem clima para que nosso planeta continue sendo a casa das futuras gerações.  É por isso que o Greenpeace exige que as empresas se comprometam com o desmatamento zero - uma cadeia de abastecimento, sem destruição da floresta.  
Fonte: Greenpeace