A limpeza sistêmica dos córregos da cidade e a dragagem dos pontos críticos do Rio Paraibuna não estão sendo suficientes para reduzir o incômodo às populações ribeirinhas. O mau cheiro fica ainda pior no período de seca e nos trechos onde o esgoto das casas é despejado nos leitos sem tratamento. Do final do ano passado até agora, 40 bairros de Juiz de Fora foram contemplados com os serviços de limpeza dos córregos, resultando em cerca de 600 caminhões de lixo recolhidos nas margens dos cursos de água.
Mas no Bairro São Pedro, por exemplo, os moradores alegam que a limpeza do córrego que corre pela Rua Pedro Henrique Krambeck foi apenas um paliativo. “Os problemas continuam. Fizeram a limpeza apenas das margens, como uma simples capina, mas não se preocupam em solucionar, de fato, a situação. O mau cheiro ainda existe e atrai animais, como ratos e baratas. Tenho vergonha quando alguém vem em minha casa e sente o fedor”, contou uma comerciante de 42 anos, que preferiu não ser identificada. A solução para muitos problemas, segundo a Cesama, está na construção da estação de tratamento de esgoto (ETE) União Indústria, no Bairro Granjas Bethel, e na finalização da ETE de Barbosa Lage. Só a estação da União Indústria vai receber 70% do esgoto do município, que abrange toda a área central da cidade. A Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) já aprovou a adequação da área do empreendimento, que será abastecido através de 25 quilômetros de coletores. De acordo com a assessoria de comunicação da Cesama, a previsão é de que, até agosto, os dois principais interceptores da ETE de Barbosa Lage sejam concluídos. Para a finalização do interceptor principal, que vai de Ponte Preta à antiga Imbel, falta a construção de dois elevatórios de esgoto. O segundo interceptor, que liga Santa Terezinha a Barbosa Lage, também está em fase final. Os coletores dos córregos transportarão o esgoto até os interceptores - com cerca de 8.300m de tubulação - e estes, por sua vez, o levarão até a ETE.
Expectativa é de que ETEs diminuam problemas
A expectativa é de que, após a conclusão das estações de tratamento de esgoto (ETEs) de Barbosa Lage e União Indústria, o Rio Paraibuna deixe de ser o afluente que mais polui o Rio Paraíba do Sul. Segundo estudos, só em Juiz de Fora, considerado trecho mais crítico, o esgoto lançado no Paraibuna chegava a 921 litros por segundo. No mesmo período, segundo a Cesama, apenas 0,5% era tratado. Atualmente são despejados 1.100 litros por segundo, no entanto, a parcela que recebe tratamento já chega a 7,5%.
Limpeza dos córregos - No momento, as equipes que realizam as limpezas dos córregos estão trabalhando, simultaneamente, na manutenção nos cursos de água dos bairros Novo Triunfo, Itatiaia e Retiro. Recentemente o trabalho foi finalizado no Bosque do Imperador, São Geraldo e Paula Lima. A dragagem do Paraibuna já foi concluída no Acesso Norte, e as dragas, atualmente, deslocam-se sentido Manoel Honório-Centro. Segundo a assessoria da Cesama, ainda não há previsão de término para os serviços.
Fonte: Tribuna de Minas
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