A paisagem seca do Sertão alagoano está sendo transformada radicalmente com as chuvas que vêm caindo desde há mais de um mês em todo o Estado. O cenário normalmente associado à terra árida e reservatórios secos está diferente, com as barragens cheias e açudes sangrando. Além disso, o rebanho, que até bem pouco tempo não tinha pasto para procurar comida, hoje passeia em áreas verdes. As lavouras, principalmente as de feijão, milho e mandioca já começam a renovar a esperança do sofrido povo sertanejo.
O agricultor Manoel Pedro da Silva, 47, que trabalha juntamente com outras 20 famílias na Fazenda Morros, na zona rural de Jaramataia, a 174 quilômetros de Maceió, disse que começou a chover forte na região no início do mês de junho deste ano. Em razão disso, ele iniciou o plantio de feijão e milho, na esperança de armazenar o feijão em um silo que fica num depósito ao lado da sua casa. O silo tem capacidade para 162 quilos de feijão, o que, segundo ele, darão para ser consumidos pela sua família durante boa parte deste ano. “Espero que o inverno, este ano, seja mais demorado do que nos anos anteriores, para que a gente possa vender o excedente e juntar dinheiro para comprar outros alimentos para a minha família”, ressalta o agricultor. Mesmo com a esperança renovada, Manoel Pedro não esconde seu receio com a redução das chuvas nos próximos dias. “No início deste ano, entrei em desespero, pois não tinha um grão sequer de sementes e a solução foi me desfazer de algumas criações para pagar dívidas e ter o crédito de volta para comprar alimento e grãos para renovar o plantio”, esclareceu ele, apostando na colheita deste ano.
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