terça-feira, 11 de julho de 2006

Jacaré da Pampulha será monitorado pelo Ibama

Belo Horizonte, 11/07/06

Flaviane Paixão

Sempre que aparece, ele consegue roubar a cena na lagoa da Pampulha. Ontem o jacaré da espécie papo- amarelo parou curiosos em um dos cartões-postais do complexo: a igreja de São Francisco de Assis. Para que o réptil não ofereça riscos à população durante esta fase de rebaixamento das águas da lagoa, que começou em junho, o animal será monitorado por técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis em Minas (Ibama), em parceria com a Polícia Militar Ambiental e com a Fundação Zoo-Botânica. “Não há registros de ataques dessa espécie a seres humanos, mas teremos que acompanhar se ele caminha em direção ao asfalto. Achamos isso pouco provável e, por tal motivo, não iremos removê-lo daqui neste momento”, disse o biólogo e analista ambiental do Ibama, Matheus Calab Leal.

Apesar de não ter conhecimento do sexo do animal, Leal ressaltou que principalmente as fêmeas podem ficar agressivas quando cuidam do ninho e alguém se aproxima. O Ibama já fez inventário de quatro jacarés na Pampulha. O alimento principal do papo-amarelo são os peixes.
O comportamento das demais espécies que integram a fauna também será observado. Segundo Leal, há 73 tipos de aves, nove de peixes e cerca de dez répteis. “Para o jacaré, a diminuição do nível da água facilita a caça. Mas se o processo continuar por muito tempo, a diluição do esgoto poderá ser bem menor, levando ao desenvolvimento de algas.” O processo de decomposição dessas plantas retira oxigênio da água e pode matar alguns peixes. A assessoria da Superintendência de Desenvolvimento da Capital informou que as intervenções para a retirada dos sedimentos devem durar 120 dias. “Elas não têm ligação direta com a ocorrência de mortandade. Esse fenômeno ocorre de maneira mais frequente quando há inversão térmica.” A superintendência destacou que os trabalhos são executados nos períodos de seca, quando o volume de água é menor. A expectativa é retirar 300.000 metros cúbicos de sedimentos.

Fonte: O Tempo

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