quinta-feira, 6 de julho de 2006

"Vampiros" em ataques a moradores

Rio, 06/07/06

Centro de Controle de Zoonoses apura casos de humanos mordidos pelos roedores no Rio

Daniela Dariano

Na calada da noite, eles escolhem suas vítimas, deixam a marca da mordida e um rastro de sangue. A história de vampiro, em detalhes de cinema, invadiu o cotidiano dos cariocas. O Centro de Controle de Zoonoses do Rio está investigando ataques de morcegos hematófagos (que se alimentam de sangue). Pelo menos uma pessoa, uma advogada, está em tratamento, após ser atendida em 18 de junho no Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra. Desde janeiro, o Hospital Souza Aguiar recebeu outras cinco supostas vítimas dos roedores.

Os bairros suspeitos de ataques são Alto da Boa Vista, Gávea e Itanhangá. Segundo o Controle de Zoonoses, a presença deste tipo de roedor é maior na Zona Oeste, principalmente Jacarepaguá. O caso mais recente é o da advogada, atacada no pé esquerdo quando dormia. O Controle de Zoonoses solicitou os dados da vítima ontem ao Lourenço Jorge para que seja feito bloqueio sanitário na região, evitando a proliferação da raiva, mal transmitido pelo morcego. “Faremos uma visita o local amanhã (hoje). É importante que cães e gatos da área sejam vacinados”, alerta o chefe de Fiscalização e Controle de Roedeores e Vetores, Fernando Ferreira.

O morcego-vampiro é o mais raro dos três tipos — existem ainda os insetívoros e frugívoros, que se alimentam de insetos e frutas. O ‘vampiro’ prefere lugares úmidos e frios e se alimenta tarde, a partir das 22h. Gosta de atacar as presas enquanto elas dormem. Mas as mordidas não são como nos filmes de terror: em vez de dois furos no pescoço, os morcegos fazem lesões únicas, em forma de ‘v’ ou elipse, nas extremidades, como nariz e pés. Substância anticoagulante na boca do animal faz com que a mordida tenha trilha de sangue.

Fonte: Jornal O Dia

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