segunda-feira, 7 de agosto de 2006

Ação de ONG muda realidade em Tapera

Maceió, 06/06/07

Agricultores que só plantavam feijão superam miséria e festejam produção de pimenta no meio da caatinga sertaneja

Lelo Macena

São José da Tapera – Quase uma década depois de ser apresentada ao Brasil como uma das regiões mais miseráveis e de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do País, o povoado de Baixas, zona rural de São José da Tapera, a 220 Km de Maceió, começa a viver hoje o que se pode chamar de um novo paradigma dentro da realidade do semi-árido alagoano.Aos poucos, as ações de uma Organização Não Governamental (ONG) estão mudando a história de um dos mais remotos povoados do sertão alagoano. As constantes mortes causadas pela fome, a sede e a ausência de perspectivas de vida começam a fazer parte do passado.

Milagre vem de fonte que nunca seca
O trabalho do Instituto Eco Engenho mostra a capacidade que pequenas ações têm de promover a melhoria de vida em comunidades desprovidas da assistência do poder público. “Nós escolhemos o povoado de Baixas para desenvolver o projeto porque pensamos numa comunidade remota, distante, com deficiências e desprovida de qualquer infra-estrutura”, diz José Roberto Fonseca, diretor presidente da ONG. A primeira medida foi tentar levar água à comunidade. Depois de pesquisas e conversas com moradores do local, a ONG ficou sabendo que existia uma fonte numa serra próxima, que mesmo nos períodos mais críticos de seca, jamais secou.
Comunidade usa energia solar para cultivar pimenta
Tão logo o problema da água foi resolvido, surgiu a necessidade de um sistema de produção que pudesse envolver e levar a comunidade ao desenvolvimento. Foi dessa forma que o cultivo de pimenta hidropônica entrou na vida dos moradores de Baixas.Ao contrário da complexa técnica de hidroponia, a construção do canteiro para o cultivo é muito simples. Basta dizer que as canaletas nas quais as sementes são introduzidas são feitas de garrafas pet.
Projeto chama a atenção de outras cidades
A experiência do Instituto Eco-Engenho na comunidade de Baixas está transformando o povoado em modelo de desenvolvimento sustentável e energia renovável. O projeto vem atraindo ONGs e secretarias de agricultura de municípios que passam por situação semelhante no semi-árido de outros Estados. O Instituto Palmas, que também realiza trabalhos na região de Piranhas e Xingó, deve firmar parceria com o Eco-Engenho para desenvolver ações por lá.

Fonte: Gazeta de Alagoas

Um comentário:

Anônimo disse...

Queria saber como fazer este processo para fazer em casa, queria plantar algumas pimentas hidroponicas na pet, mas com um sistema pequeno, pois tenho pouco espaço.