terça-feira, 1 de agosto de 2006

Explosão de dengue amplia mutirão

Belo Horizonte, 01/08/06

Patricia Giudice

Com 448 casos de dengue notificados só este ano, Belo Horizonte começa hoje a tentar combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti. Serão cinco meses de ações no “Mutirão contra a Dengue”, que acontece até o final do ano em residências e locais que possam ter a larva do mosquito que transmite a doença.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Helvécio Miranda Magalhães Júnior, no ano passado a capital registrou 68 casos, nenhum do tipo hemorrágico. “Já detectamos os vírus 2 e 3, por isso precisamos ficar em alerta máximo. O aumento do número de casos se deve à chegada do vírus tipo 3, que em 2005 não havia sido registrado na cidade”, afirmou. No ano passado, o mutirão foi realizado em quatro meses. Em 2006, o trabalho está sendo ampliado, segundo a secretaria, para garantir a maior eficácia. As ações educativas serão feitas por 1.150 agentes de Zoonoses da prefeitura e de mobilização social da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU). Eles visitarão moradias das nove regionais da cidade. Além da visita, os agentes irão recolher materiais que possam acumular água e fazer um mapeamento detectando a região com maior índice de larvas. Já se sabe que a região Noroeste é a de maior registro da doença. “São bairros na fronteira com a cidade de Contagem, onde no ano passado teve um surto de dengue”, disse Magalhães. Segundo a superintendente da SLU, Sinara Meireles Chenna, garrafas pet e os copinhos de plástico são os grandes vilões que permitem o desenvolvimento do mosquito.“Mas é importante dizer que as caixas d’água devem ser tampadas. Pneus e vazinhos de planta são lugares que nunca devem estar com água acumulada.”

A SLU vai liberar R$ 500 mil para o mutirão. Além da quantia, o Ministério da Saúde começa a direcionar para Belo Horizonte a partir deste mês R$ 140 mil para combate à leishmaniose e dengue. Anualmente, a secretaria gasta R$ 1,4 milhão contra a dengue. Hoje, também começa a retirada de entulhos de quintais, locais fechados, fundos de vale, áreas públicas e parques. Segundo o secretário, pode ser necessário recorrer à Justiça para que os agentes consigam entrar em locais que estejam fechados e o proprietário não tenha autorizado a visita.

Fonte: O Tempo

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