As aulas visam a formação de profissionais indígenas para a gestão socioambiental nas aldeias da Bacia do Alto Paraguai no Mato Grosso do Sul, utilizando conceitos da antropologia, agroecologia e do etnodesenvolvimento, de acordo com os saberes tradicionais. Para sua implementação, o Ministério do Meio Ambiente firmou parcerias com os Ministérios da Educação, da Justiça, do Desenvolvimento Agrário e do Desenvolvimento Social e Combate a Fome, além do Instituto de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural de Mato Grosso do Sul (Idaterra), da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Populações Indígenas da UCDB.
O curso terá duração de três anos e meio. As aulas serão ministradas em regime de alternância, associando teoria e prática, a partir das experiências cotidianas dos estudantes em suas aldeias. Os recursos para a realização do curso são de R$ 3 milhões. Parte da verba será investida no custeio pedagógico e na logística do projeto, que prevê que os indígenas passem 15 dias por mês na universidade e outros 15 na aldeia acompanhados de professores. Dessa forma, eles não deverão se desarticular das comunidades e poderão manter e resgatar conhecimentos tradicionais de seus povos, valorizando sua cultura, suas práticas econômicas e seus laços sociais.
O estado do Mato Grosso do Sul possui a segunda maior população indígena do País, formada principalmente pelos povos Kaiowá, Guarani, Terena, Kadiwéu, Guató e Ofaiér. A maior parte dessa população vive confinada em terras superpovoadas, comprometendo seus recursos naturais e a qualidade de vida. As atividades econômicas implantadas nos últimos anos vêm desarticulando as formas tradicionais de produção, além de não suprir as necessidades básicas das aldeias e facilitar a perda de seus territórios. A idéia do curso é construir novas alternativas de sustentabilidade e ser referencial para uma política pública de formação superior indígena.
Fonte: MMA
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