Raquel Aguiar
Para virar o ano sem dor de cabeça, nem de estômago ou ressaca, a dica é simples: não exagerar, seja na comida, no álcool ou na empolgação.
Segundo os médicos, nada melhor para entrar 2007 com a saúde novinha em folha."Nas festas de fim de ano adotamos um cardápio que não costuma ser compatível com nosso clima. Além disso, os alimentos preparados para a ceia geralmente não são refrigerados, o que amplia o risco de contaminação", alerta o endocrinologista William Waissmann, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp). As nutricionistas Patrícia Henriques e Luciana Sales sugerem uma ceia tropical, com frutas e salada verde em vez de frituras e maionese. Luciana lembra que as frutas e os vegetais devem ser bem lavados e chama atenção para as carnes. "Muitas vezes, os assados não são cozidos o suficiente na região próxima ao osso, o que pode causar gastroenterites", alerta. Também é preciso cuidado com as sobras, que costumam não ter espaço na geladeira. "A recomendação é não deixar de comer o que se tem vontade", pondera William, "exceto, é claro, no caso de diabéticos, hipertensos e pessoas que têm restrições alimentares. É bom lembrar que, mesmo que a comida não esteja deteriorada, é possível desenvolver problemas gastrointestinais somente pela alimentação exagerada".
No caso do álcool, o exagero pode levar a uma colite alcoólica. "O álcool causa uma sensação de euforia que dá espaço à redução dos reflexos e à perda da noção do que é perigoso", avalia o médico Antônio Sérgio da Fonseca. "O álcool é a droga psicoativa mais comum nos festejos de final de ano, e também a maior responsável por acidentes de trânsito, brigas e afogamentos. Sem contar o dia seguinte", completa. Para curar a ressaca, é aconselhável dormir bastante, comer alimentos leves, evitar o calor e beber muita água. O médico só alerta que aspirina e remédios efervescentes podem irritar ainda mais o estômago. "Vale lembrar que quando eventos em multidão são combinados à ingestão de álcool podem acontecer acidentes. Nestes casos, o melhor é evitar o pânico e redobrar a atenção com crianças e idosos", aconselha.
A otorrinolaringologista Andréa Pires de Mello alerta para os fogos de artifício. "Não há problemas em assistir à queima de fogos, mas estar próximo à explosão de um morteiro, por exemplo, que tem um estrondo intenso, traz o risco de um trauma acústico, podendo provocar perda de audição súbita e irreversível, sem contar o risco de queimaduras."
A fórmula para começar o ano novo cheio de saúde também passa pelo sexo seguro.
Trabalhando há mais de 20 anos com jovens, a ginecologista Denise Monteiro sabe que o fim de ano é prato cheio para esquecer a prevenção. "O sexo seguro não tem feriado", sintetiza. "No réveillon e no carnaval muita gente cai na folia e esquece de usar preservativo. Assim, deixa de se proteger não só contra Aids e gravidez, mas contra hepatite B, papilomavírus humano (HPV) e chlamydia, doenças comuns que costumam ser esquecidas."
E, para quem decidir emagrecer ou parar de fumar no ano novo, Antônio Sérgio tem uma sugestão. "Qualquer desejo de ter uma vida mais saudável é bem-vindo, mas não deve estar ligado a uma data. O importante é assumir um compromisso com si mesmo".
Fonte: Agência Fiocruz
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