quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

Nova lei vai proibir o desmatamento no Pantanal

Uma das maiores reservas naturais do planeta está correndo risco. Para conter o avanço da destruição, uma nova lei vai proibir por um ano o desmatamento no Pantanal.

O Pantanal é reconhecido como patrimônio natural da humanidade, mas as belas paisagens estão mudando. No lugar da vegetação nativa, tem pastagens, carvoarias e até lavouras. As conseqüências já podem ser vistas. Rios agonizando e um horizonte gramado, quase sem bichos. “Algumas espécies que precisam de áreas maiores estão ameaçadas”, informa o biólogo Alcides Faria.

Um levantamento feito por pesquisadores e ambientalistas mostrou que, se continuar do jeito que está, em 40 anos vai restar muito pouco do Pantanal. No mapa da devastação, foram identificados mais de 250 mil hectares desmatados nos últimos dois anos e meio no Pantanal. Uma área quase duas vezes maior que o município de São Paulo. Hoje não há uma lei específica para proteger o Pantanal. É permitido desmatar 80% das propriedades. Agora, o Governo estadual quer frear a devastação na planície pantaneira e fez uma lei proibindo o desmatamento por um ano nas fazendas do Pantanal. Nesse período, será criada uma comissão com representantes do setor produtivo, pesquisadores, ambientalistas e Governo para definir uma estratégia de preservação e exploração econômica da região. “O Pantanal merece um estudo particular e um conjunto de diretrizes e regulamentação próprio”, comenta o secretário estadual de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul, Carlos Alberto de Menezes.

Os pantaneiros dizem que só conter o desmatamento não resolve. A pecuária existe no Pantanal há mais de 200 anos. É necessário punir os fazendeiros que destroem o meio ambiente e incentivar quem preserva.
“Você tem que melhorar sua produtividade, desenvolver economicamente a região, mas sem abandonar a preocupação ambiental”, diz o pecuarista Thiago Arantes.A Fundação SOS Mata Atlântica vai fazer um levantamento fotográfico do desmatamento pantaneiro. Todo ano, as imagens serão atualizadas para ajudar a combater a devastação.

Fonte: Jornal Nacional

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