O novo governador do estado do Acre, Binho Marques PT), aponta como maior desafio de seu governo a transformação da riqueza da floresta amazônica em "possibilidade de inclusão social”. Para isso, é preciso um projeto socioambiental que faça da floresta um meio de desenvolvimento econômico com inclusão social, disse Marques, em entrevista à Rádio Nacional. Ele explicou que é preciso “transformar as florestas públicas em um grande negócio, que possa significar também uma distribuição de riqueza para todo o povo do Acre, especialmente índios e seringueiros”.
No último ano, o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) captou imagens aéreas do Acre com informações sobre cobertura vegetal, estradas, localização de povoados, traçado de rios e indicadores de relevo. As imagens também trazem a identificação de atividades ilícitas que estejam ocorrendo, como o desflorestamento e a extração mineral irregular. O objetivo é ajudar o estado nas ações de combate ao desmatamento, no planejamento de projetos ambientais, territoriais e sociais e na identificação de terras indígenas e locais próprios para assentamentos. Marques ressaltou que, até bem pouco tempo, o desafio era a conscientização de que a floresta “tinha que permanecer em pé" e de que é possível ter desenvolvimento econômico sem destruir a natureza. Segundo ele, o primeiro passo já foi dado, e hoje “existe um consenso muito maior”. O avanço se deu com a criação do conceito “florestania”, um projeto de conscientização de todo o povo da Amazônia sobre o valor da floresta, cuidado permanente com a preservação do meio ambiente e das populações tradicionais e seus modos de vida. "Esse termo [florestania] foi criado nos anos setenta, na luta dos seringueiros e dos índios, para que pudéssemos ter na Amazônia um projeto de desenvolvimento adequado a sua cultura a seu ambiente, mas só começou a ser colocado em prática no inicio de 1999”, lembrou o governador. “Antes era um grupo pequeno de pessoas que lutavam por essa idéia, hoje, os empresários do mundo inteiro sabem o valor da floresta”, ressaltou.
O termo florestania, disse Binho Marques, “é um grande achado porque tínhamos vários programas e projetos, e essa pequena palavra consegue reunir tudo isso em um mesmo objetivo, que mobiliza o Estado, o povo e a sociedade”. E, para ele, o resultado já pode ser visto: “Pode-se perceber o povo vivendo com a auto-estima mais elevada e o início de uma indústria baseada em produtos da floresta, certificados e valorização dos índios e seringueiros”.
Fonte: Agência Brasil
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