terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Novo remédio contra câncer de pulmão chega ao Brasil

O primeiro remédio de última geração para câncer de pulmão avançado chega hoje ao mercado brasileiro. O Tarceva, nome comercial do cloridrato de erlotinibe, fabricado pelo laboratório Roche, foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em abril do ano passado, mas faltava a definição do preço: R$ 8 mil por mês de tratamento - o tempo de uso depende da resposta do paciente ao remédio.

O valor ficou em negociação durante seis meses na Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), órgão do governo que controla o valor dos medicamentos no País.
O Tarceva pertence à categoria das drogas terapia-alvo, aquelas que combatem principalmente as células doentes, preservando durante um tempo as células sadias - ela inibe um dos receptores responsáveis pela multiplicação da célula tumoral. A indicação, como todos os remédios de terapia-alvo, é para pacientes com a doença em fase avançada. Ou seja, quando a doença não responde à quimioterapia.

A aprovação do Tarceva foi baseada em estudos que mostraram que pacientes tratados com o remédio tiveram um aumento na sobrevida média de 42% quando comparados com aqueles que receberam placebo. O tempo de sobrevida médio dos pacientes tratados com a droga é de dois meses, mas estudos mostraram que alguns viveram mais dois anos. Não é só o tempo de sobrevida que interessa aos médicos. “Todos os tratamentos para câncer, como a quimioterapia, começam a ser avaliados em pacientes terminais”, explica Bernardo Garicochea, diretor do serviço de oncologia da PUC do Rio Grande do Sul. “O Tarceva, assim como outras drogas de terapia-alvo, mostrou eficácia, e o próximo passo é estudar essas drogas no início da doença.”

O tratamento de terapia-alvo é a mais recente estratégia na luta contra o câncer. Até cinco anos atrás, existiam duas opções para quem tinha um tumor: retirá-lo em estágios iniciais numa cirurgia ou fazer quimioterapia e radioterapia.
Os outros remédios de última geração que já estão no mercado são o Sutent (câncer de rim), da Pfizer, e o Avastin (câncer colo-retal), da Roche. O Avastin ficou parado no CMED durante 1 ano e 8 meses. Já o Erbitux, para câncer de cabeça e pescoço, da Merck alemã, está em fase de negociação no órgão regulador de preços do governo.

Incidência

Cerca de 1 milhão de novos casos de câncer de pulmão surgem a cada ano no mundo. No Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), até o fim de 2006 o Brasil teria 27 mil novos casos diagnosticados. O câncer de pulmão tem um aumento de 2% na incidência mundial a cada ano. Em 90% dos casos a doença está associada ao consumo de derivados de tabaco, principalmente o cigarro.

Fonte: Agestado

Um comentário:

Anônimo disse...

é uma pena o medicamento com capacidade de sucesso tão grande não ser acessível financeiramentea toda população que necessita.