quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Risco de epidemia de gripe aviária permanece

Afirmação é do maior especialista no assunto da China. No entanto, ele afirma que mortes não serão tantas como as da gripe espanhola

Diante da menor incidência da gripe aviária na China neste inverno (hemisfério norte), o maior especialista da doença no país advertiu que "ainda há risco de epidemia" em nível mundial, mas previu que, se ocorrer, "não será tão catastrófica como a gripe de 1918", que matou 30 milhões.

O diretor do Instituto de Doenças Respiratórias de Cantão (sul da China), Zhong Nanshan, disse que o período de maior influência da gripe aviária será em fevereiro, por isso o país iniciou um mecanismo de controle de possíveis focos em animais e humanos. "O risco ainda existe, e ninguém pode prever como chegará", disse o médico, citado pelo jornal "South China Morning Post".
Zhong, também conhecido por sua luta contra a epidemia da Síndrome Respiratória Aguda Severa (Sars) em 2003, recomendou que os pacientes suspeitos de gripe aviária sejam tratados com antibióticos durante dois dias e façam testes se não mostrarem melhora, em vez de isolá-los já no início. Também recomendou administrar Tamiflu a pacientes suspeitos que tenham tido contato com animais, sem esperar exames confirmem que são portadores do vírus H5N1.
A China está há mais de quatro meses sem registrar casos de gripe aviária em animais, mas houve vários focos em países próximos, como Coréia do Sul e Japão. Além disso, em dezembro, um agricultor da província chinesa de Anhui contraiu o variante H5N1 do vírus, segundo o Ministério da Saúde chinês informou um mês depois.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), presidida desde este ano pela chinesa Margaret Chan, teme que, se não houver controle, a gripe aviária se transforme em uma pandemia mundial similar a que assolou o mundo em 1918, conhecida como "gripe espanhola". No entanto, o doutor Zhong disse que não espera que o H5N1 alcance os níveis de mortandade daquela epidemia, já que, "naquela época, não era possível fazer nada, enquanto agora sabe-se melhor como prevenir e isolar os vírus". "É possível fazer exames seqüenciais em 48 horas, e fabricar vacinas em três meses", acrescentou.

Fonte: Globo.com

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