Fernanda Marques
Segundo o estudo, que acompanhou milhares de indivíduos, a tendência é a prevalência do tabagismo se tornar maior entre as mulheres. Embora a prevalência do tabagismo tenha sido semelhante para rapazes e moças, os fatores de risco foram diferentes entre os sexos. No caso dos meninos, o fumo na adolescência foi mais freqüente entre aqueles que eram filhos de mães solteiras ou cujos pais apresentavam baixa escolaridade. As meninas com maior risco de se tornarem adolescentes fumantes pertenciam a famílias de baixa renda, nas quais as mães consumiam cigarros durante a gravidez e os pais demonstravam problemas com o álcool. Como os fatores de risco diferem entre os sexos, as campanhas anti-tabagismo também devem ser distintas para cada gênero. “Por exemplo, intervenções baseadas na família podem ser mais eficientes em reduzir o tabagismo entre garotas”, diz o artigo, assinado por Ana Maria Menezes, Pedro Hallal e Bernardo Horta, do Programa de Pós-graduação em Epidemiologia.
A pesquisa começou em 1982, ano em que cerca de seis mil bebês cujas famílias viviam na zona urbana de Pelotas nasceram nos três hospitais-maternidade da cidade gaúcha. As mães dessas crianças, logo após o parto, foram entrevistadas. O intuito era coletar dados demográficos e socioeconômicos, bem como obter informações sobre a gravidez e o comportamento da família.
Em 1984 e em 1986, a maioria daquelas mães foi localizada e entrevistada novamente. Por volta do ano 2000, quando os indivíduos nascidos em 1982 completavam a maioridade, a equipe de Ana Maria buscou localizá-los e entrevistá-los.
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