Estudo aponta semelhanças no grau de aprendizagem dos alunos submetidos a aulas distintas, com e sem o uso de animais, em demonstrações práticas do curso de medicina
Thiago Romero
O estudo se concentrou na disciplina de histologia, que estuda os tecidos do corpo humano. O conteúdo ministrado aos 128 alunos, divididos em duas turmas, foi idêntico, com diferença apenas na coleta das células. A primeira turma coletou células dos órgãos de animais sacrificados e a segunda utilizou células da mucosa oral dos próprios alunos.
Com as demonstrações práticas das células encerradas, um questionário para avaliação da aprendizagem foi aplicado nos alunos. As respostas foram inseridas em um banco de dados informatizado e analisadas de maneira quantitativa e qualitativa.“Apesar de a turma que não utilizou animais ter apresentado um índice de acerto das questões ligeiramente maior, 69% contra 62% do grupo que utilizou células dos camundongos, as análises estatísticas ignoram essa diferença por uma série de fatores, como a possibilidade de haver indivíduos mais inteligentes em um dos grupos. Com isso, consideramos que o desempenho foi semelhante por não haver diferenças estatísticas significativas de acertos e erros entre os grupos”, apontou Renata. Segundo ela, o trabalho não propõe a eliminação total dos animais em sala de aula.“A idéia é apenas alertar professores de medicina e veterinária para a existência de outras metodologias de ensino que possam oferecer o mesmo nível de aprendizagem respeitando a vida animal”, explica Renata, ressaltando que, após os resultados do estudo, a disciplina de histologia do Centro Universitário Lusíada não utiliza mais camundongos em aulas práticas.
Outra metodologia bastante utilizada no exterior e que está se tornando freqüente no Brasil, explica Renata Diniz, são os modelos que imitam peles e órgãos de animais e de humanos.“Esses modelos imitam a elasticidade da pele para que o aluno consiga praticar técnicas cirúrgicas. A vantagem é que o mesmo modelo pode ser utilizado durante vários anos e o aluno pode praticar o mesmo procedimento várias vezes. O animal, por sua vez, após ser sacrificado é aproveitado em poucas aulas”, compara.
Sentimentos diversos
Fonte: Agência Fapesp
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