Denize Bacoccina
O governo brasileiro lança nesta quinta-feira uma política de desenvolvimento da biotecnologia que vai contar com R$ 1 bilhão para pesquisas e pretende tornar o país um dos mais importantes nesta área nos próximos 10 a 15 anos.
A maior parte dos recursos já existia nos orçamentos dos Ministérios do Desenvolvimento, da Saúde, Agricultura, Meio Ambiente e Ciência e Tecnologia, os cinco envolvidos no plano. A diferença, diz Furlan, é que agora eles serão canalizados para projetos de pesquisa com utilidade prática, que vão resultar em produtos e na criação de empregos. "Não temos falta de recursos. O que muitas vezes acontece é a falta de conectividade entre os fundos e o uso prático dessas pesquisas, em projetos que possam representar empregos", afirmou o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan.
A política que será lançada nesta quinta-feira, diz ele, é uma garantia de que o governo vai colocar recursos neste setor nos próximos dez anos. O governo quer ainda atrair investimentos privados, mas não tem uma estimativa de quanto dinheiro pode entrar no setor.
Patentes
O governo quer fazer um esforço para acelerar a concessão de patentes de medicamentos obtidos através de plantas nativas brasileiras. Neste caso, o que se patenteia não é a planta, nem o princípio ativo, mas o modo de extração do princípio ativo. Furlan diz que o programa que será lançado nesta quinta-feira já é a política oficial do governo para o setor, depois de ter sido discutido por quatro anos pelos cinco ministérios envolvidos. Será criado ainda um comitê para acompanhar a evolução das decisões que serão tomadas nos Ministérios. "As discussões sobre biotecnologia nunca estiveram tão presentes como agora. E o Brasil ocupa uma posição privilegiada", diz Furlan. Com a nova política e a ação integrada dos vários ministérios, ele diz que ficam mais dificeis as ações de biopirataria ou o patenteamento de produtos brasileiros no exterior.
Um dos projetos já em andamento é o desenvolvimento de kits de diagnóstico de doenças, atualmente importados. Com mais investimento em pesquisa, eles podem ser produzidos no país. O Ministério da Saúde também quer utilizar o poder de compra do governo para produzir no país vacinas que hoje são importadas. "Não é uma política de substituição de importações, mas de desenvolvimento de tecnologia para produção brasileira", afirma Furlan.
Fonte: BBC Brasil
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