terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

Ibama faz megaoperação no Maranhão

O Ibama iniciou neste domingo uma megaoperação na Reserva Biológica do Gurupi, no oeste do Maranhão. A operação, batizada de Força e Soberania, tem por objetivos barrar o desmatamento e reestruturar a unidade, que vem sofrendo com a derrubada ilegal de árvores e a conseqüente degradação da área.

Além dos danos ambientais, a região sofre também com altos índices de violência, resultado da disputa por madeira, por terras e pela prática de inúmeros ilícitos.Participam da operação mais de cem homens do Ibama, do Exército, da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Federal. Um comboio com cerca de 30 veículos seguirá com o contingente até o interior da reserva, distante cerca de 200 km de Imperatriz (MA). Ali, servidores, militares e policiais ficarão acampados por tempo indeterminado, até que a reestruturação da reserva se concretize. Dois helicópteros e um avião do Ibama também vão tomar parte das ações, fazendo levantamentos e deslocando fiscais até as áreas afetadas.

Criada em 1988, a reserva tem cerca de 300 mil hectares e é o último remanescente de Floresta Amazônica no Estado do Maranhão. Localizada entre os municípios de Centro Novo do Maranhão, Bom Jardim e São João do Caru é considerada uma área prioritária para a conservação. Em seus limites encontram-se inúmeras espécies da fauna e da flora ameaçadas. Entre os animais, aves como a ararajuba e a arara-azul-grande, e macacos como o caiarara e o cuxiú-preto encontram na matas restantes da reserva um de seus últimos abrigos. A formação vegetal é constituída de árvores de grande porte como maçarandubas, jatobás, ipês, andirobas e angelins, que podem atingir até 50 metros de altura. De grande interesse para a indústria moveleira e para a construção civil, essas espécies já desapareceram da região, que foi amplamente desmatada. No entorno da Rebio do Gurupi existem agrupamentos de pequenos agricultores, assentados e posseiros, todos vivendo em comunidades bastante carentes. Há também três terras indígenas - Caru, Awá e Alto Turiaçu - que sofrem as mesmas ameaças ambientais e de violência social que a reserva e as comunidades da região.

Um caminhão de madeira a cada cinco minutos

A intensificação das ações do Ibama no Maranhão começou na última terça-feira, dia 13 de fevereiro, com trabalhos de fiscalização do transporte de madeiras em rodovias próximas às cidades de Imperatriz e Buriticupu. Na BR 010 (Belém-Brasília), estima-se que passe um caminhão carregado de madeira a cada cinco minutos.De fato, numa barreira realizada no posto da Polícia Rodoviária Federal, em apenas meia hora foram parados cinco caminhões, três deles retidos por irregularidades na documentação da carga. Em Buriticupu, também em apenas meia hora, quatro caminhões carregados de toras foram apreendidos.Ao final da ação, na madrugada do dia 14, o Ibama contabilizou 188 m3 de madeira e oito caminhões apreendidos. No total, foram aplicados R$ 70 mil em multas. A madeira será doada ao 50º Batalhão de Infantaria de Selva (BIS), unidade do Exército sediada em Imperatriz. Os veículos apreendidos poderão ter o mesmo destino.

Fonte: Ibama

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