quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Japão usa cada vez mais baterias a combustível

A residência oficial do primeiro-ministro japonês em Tóquio foi a primeira moradia do mundo equipada com um sistema de geração de eletricidade baseado numa bateria alimentada por combustível, uma novidade introduzida em 2005 e que não pára de ser ampliada no país do Sol Nascente.

O Japão é um país muito dependente do exterior energeticamente e também muito preocupado com as emissões de gases de efeito estufa. Por isso tenta diversificar suas fontes de energia, favorecendo as renováveis e não-poluentes. Atualmente, há no Japão 1.260 lares equipados com sistema baseado em bateria a combustível, no âmbito de um experimento em grande escala apoiado oficialmente e que envolverá outras mil residências antes de fim de 2008. Para depois de 2010, o governo estima um mercado de 550 mil moradias por ano. O arquipélago conta, no total, com 47 milhões de lares, dos quais 26 milhões são casas individuais.

Os grupos energéticos Nippon Oil, Tokyo Gas e Cosmo, associados a fabricantes de baterias e de equipamentos complementares, como Sanyo, Toshiba, Matsushita e o fabricante de automóveis Toyota, já oferecem sistemas domésticos testados. Os primeiros oferecem a fonte da qual se tira o hidrogênio (gás urbano, gás natural, querosene); e os outros, as baterias. "O princípio dessas pilhas é conhecido desde o fim do século XIX, mas sua primeira aplicação só remonta a 1965, quando uma bateria a combustível serviu como fonte de energia a bordo da nave espacial americana Gemini 5", explica o vice-diretor geral da Nippon Oil, Michihiro Mohri.

As baterias a combustível não produzem gases nocivos, mas unicamente eletricidade, calor e água. Como no caso dos sistemas solares e eólicos, muitos consideram as pilhas uma fonte de energia cheia de virtudes. Além do fato de que o hidrogênio existe em abundância, recorrer a este tipo de pilha permite diminuir a emissão de gases de efeito estufa, que provocam o aquecimento do planeta. "Como a energia é gerada no local, o calor e a água produzidos simultaneamente servem diretamente para alimentar o circuito de água quente corrente da casa", acrescenta uma porta-voz da fundação japonesa para as Novas Energias. "Além disso, por o sistema não ter nem turbina nem motor, não há ruído", ressalta. Um terceiro argumento favorável é que os gastos em energia se reduzem globalmente, já que o custo do gás e do querosene empregados para gerar o hidrogênio é inferior à poupança que se pode fazer com relação à eletricidade, segundo a fundação.

O usuário também é informado todos os dias das quantidades de energia e de água produzidas ou consumidas. No entanto, há um problema: o custo atual da instalação do sistema é de 58 mil euros. O objetivo é diminuir o custo para 7.750 euros em uma década. Depois, em 2015, o custo diminuirá ainda mais, para 3.250 euros, diz Mohri.

Fonte: Terra

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