quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Mudanças climáticas serão tema de encontro do Fundo Global para o Meio Ambiente

Érica Santana

O diretor de Conservação da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, Bráulio Ferreira Dias, informou que as mudanças climáticas serão um dos principais temas do encontro que o Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) promove a partir desta sexta-feira (23) em Washington, nos Estados Unidos. “Eu acho que agora, finalmente, a ficha está caindo para todo mundo, em todos os setores. A questão das mudanças climáticas é importante e urgente. Já está acontecendo o fenômeno; então, temos que envolver todos os setores”, afirmou Bráulio Dias, em entrevista à Agência Brasil.

Além de discutir as áreas que receberão mais recursos, o fundo fará uma revisão das prioridades de apoio financeiro na área de meio ambiente para países em desenvolvimento. De acordo com Dias, a idéia é que essas novas regras sejam aprovadas na reunião do conselho, em junho deste ano. O diretor do MMA é um dos 12 especialistas do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF). Juntamente com dois representantes, um da África do Sul e outro dos Estados Unidos, Bráulio Dias faz parte do grupo de trabalho sobre biodiversidade. Os demais atuam em grupos sobre mudança climática, águas internacionais e produtos químicos.
Dias explicou que uma das propostas do Brasil é colocar a discussão sobre biodiversidade também entre as prioridade. Segundo ele, esse tema ainda não é tratado com a mesma relevância que outros. “A questão do risco, da perda da biodiversidade, a maioria da população e dos governos ainda acha que é uma questão a médio prazo e que não requer tanta urgência quanto a das mudanças climáticas. Essa é uma questão que queremos reverter. Nós temos que agir já com relação à questão da biodiversidade”.

O GEF vai distribuir US$ 3 bilhões entre os quatro grupo temáticos: US$ 1 bilhão para a biodiversidade, US$ 1 bilhão para mudanças climáticas e o restante será dividido entre águas internacionais, uso da terra para evitar desertificação e produtos químicos. Segundo o diretor, o fundo definiu regra de divisão dos recursos, estabelecendo um teto por país, proporcional à importância de cada um naquele tema, numa escala global. "Em termos de biodiversidade, o Brasil tem a maior cota, porque é o maior detentor de biodiversidade do mundo. Dos recursos destinados à biodiversidade - US$ 1 bilhão -, US$ 63,5 milhões estão reservados para financiar projetos no Brasil”.

O Fundo Global para o Meio Ambiente foi criado em 1991 para fazer doações aos países em desenvolvimento que assinaram a Convenção sobre Diversidade Biológica. Formado por 166 países, o fundo ajuda esses países a cumprir com os compromissos assumidos na convenção e a implementar programas que contribuam para a preservação do meio ambiente. Entre os principais focos desses recursos, a Organização das Nações Unidas (ONU) destaca a contenção de mudanças climáticas, proteção da camada de ozônio, despoluição de águas internacionais, combate à degradação da terra e redução da produção de poluentes orgânicos.

Fonte: Agência Brasil

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