Carolina Iskandarian
O Presidente acusou países ricos de não negociar com indústrias poluidoras por medo
Do G1, em Campinas
No dia em que a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou o mais contundente relatório sobre aquecimento global, nesta sexta-feira (2), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o Brasil está fazendo a sua parte e partiu para o ataque contra os países ricos. "Não basta a gente cuidar do nosso terreiro. É preciso que eles cuidem do deles, porque o mundo rico está cansado de assinar protocolo. Em cada conferência mundial, todos assinam um documento, mas não cumprem porque não têm coragem de enfrentar as indústrias poluidoras", atacou o presidente, durante discurso na inauguração de uma estação de tratamento em Campinas (a 96 km de São Paulo).
Ele também tratou da questão do desmatamento. "Os governos dos Estados Unidos, da França e da Inglaterra estão preocupados. Nos dois últimos anos, nós reduzimos o desmatamento da Amazônia em 52%. Mas não basta que isso seja feito apenas no Brasil. É preciso que eles parem com a emissão de gases de suas indústrias poluidoras", criticou novamente Lula, que acusou os EUA de serem responsáveis por 75% da emissão de gases poluentes no planeta. O presidente ressaltou que o Brasil, por sua vez, é um dos campeões na produção do etanol, do biodiesel e pode vir a ser líder na produção de energia limpa.
Os ataques aos países ricos começaram quando o presidente, diante de uma platéia de aproximadamente 200 pessoas, disse que o mundo está caminhando para a escassez da água potável. Por isso, segundo ele, a Estação de Tratamento de Esgoto do Ribeirão Anhumas, na região central de Campinas, tem importância. Ao falar dos planos para o setor, previstos no Programa de Aceleração Econômica (PAC), Lula disse que, até 2010, serão investidos R$ 40 bilhões em saneamento básico. Isso corresponderia à rede de água e esgoto tratados para mais 22 milhões de domicílios brasileiros.
Fonte: Globo.com
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