terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Obras em Angra 3 podem ser aprovadas ainda este ano, diz presidente da Cnen

Alana Gandra

O Programa Nuclear Brasileiro previa, inicialmente, a inauguração da terceira usina nuclear do país, Angra 3, em 2013. O presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), Odair Dias Gonçalves, acredita na possibilidade dessa meta ser cumprida. Para isso, a construção da unidade precisa ser aprovada no início deste ano pelo governo federal. “A gente acha que ainda é possível”, disse Gonçalves, em entrevista à Agência Brasil. “Tudo vai depender do fluxo de investimentos.”

Os equipamentos da usina nuclear já foram comprados pelo governo brasileiro, que desembolsou cerca de US$ 750 milhões. Para concluir as obras, paralisadas há cerca de 20 anos, seriam necessários mais U$ 2 bilhões. A manutenção dos equipamentos pela Eletronuclear, estatal que construiu e opera as usinas nucleares no Brasil, tem um custo anual estimado em torno de U$ 20 milhões. O presidente da Cnen defende que a retomada de Angra 3 não custaria nada ao governo. “Claro que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social [BNDES] sempre ajuda, mas o Tesouro não teria que entrar praticamente com nada. O próprio sistema de tarifação hoje vigente permitiria o investimento na construção de Angra 3." Segundo Odair Gonçalves, grandes companhias internacionais já teriam manifestado interesse em participar do empreendimento.

As usinas de Angra 1 e 2 têm capacidade para abastecer 60% da energia consumida no município do Rio de Janeiro. Com Angra 3, o presidente da Cnen acredita que poderia ser suprida 100% da necessidade de energia da capital fluminense. Embora ainda não haja data marcada para a reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), a expectativa de Odair Dias Gonçalves é de que a pauta incluirá a construção da usina nuclear de Angra 3, no sul fluminense. Segundo ele, a reunião do conselho está prevista para março. Em novembro do ano passado, a Justiça Federal determinou a suspensão do processo de licenciamento ambiental para implantação da usina, sob a resposabilidade do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). De acordo com o texto da liminar, permitir a continuidade do licenciamento ambiental de Angra 3 sem a lei aprovada pelo Congresso Nacional seria temerário, “pondo em risco a população próxima e negando a esta o direito de ter a localização de tal empreendimento definida em lei editada por seus representantes eleitos.”

Fonte: Agência Brasil

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