segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Pesca predatória reduz lagostas no Piauí

Cíntia Lucas

O Piauí pesca todos os anos 90 toneladas de lagosta. São 28 embarcações no litoral piauiense, sendo que destas, 21 atuam sem licença para a pesca do crustáceo. A pesca predatória tem reduzido a produção no Piauí e em todo o Brasil, que já caiu de 11 mil para 6 mil toneladas por ano.

O superintendente do Ibama no Piauí, Romil-do Mafra, esteve reunido esta semana com representantes dos Ministérios do Meio Ambiente e da Pesca, em Brasília, onde foram discutidas ações de governos para garantir a sustentabilidade da pesca da lagosta que representa um dos mais importantes recursos pesqueiros das regiões Norte e Nordeste do país.“O crustáceo está desaparecendo da nossa região, dados estatísticos mostram que de 1995 a 2006 a produção caiu de 11 mil toneladas ano para 6 mil toneladas, em todo o país. A maior preocupação na verdade é a pesca predatória, pois é nela que os pescadores retiram do mar espécies jovens e menores não dando oportunidade para a sua reprodução e crescimento”, afirma Romildo Mafra.

De acordo com o diretor de Fauna e Recursos Pesqueiros do Ibama em Brasília, Rômulo Mello, os pescadores precisam de mais lagosta para chegar a um quilo. Antes, eram necessárias três lagostas para chegar a um quilo, agora são necessárias sete lagostas para chegar a esse peso. Onze Estados pescam lagosta, seguindo uma linha contínua do Amapá ao Espírito Santo. Para combater a pesca predatória o Ibama publicou duas Instruções Normativas - a No 138, de dezembro de 2006 e a No 144, de janeiro de 2007), que proíbem a pesca de lagosta a menos de 7,5 quilômetros da costa (onde se situam as lagostas jovens), bem como o uso da chamada caçoeira - espécie de rede depositada no fundo do mar, considerada nociva por remover outras espécies. Essas instruções agem firmes também no sentido de proibir o uso de embarcações não permissíveis. Atualmente, quase 6 mil embarcações capturam lagosta no país, mas apenas 1,3 mil têm autorização. “O governo está reordenando o sistema no sentido de que protegendo a lagosta você está protegendo o pescador. Em 2005 foi criado no Piauí o Comitê de Gestão do Uso Sustentável da Lagosta para combater os abusos em relação à pesca predatória no Estado”, disse Romildo Mafra.

Sobre a lagosta

A lagosta, crustáceo reptante, é a espécie mais comum do litoral brasileiro, ocorrendo desde o Nordeste brasileiro até São Paulo. É marinha e seu habitat podem ser locais de vegetação ou áreas rochosas, desde que haja abundância de moluscos e anelídeos. Durante o dia, permanece em seu abrigo (cavidade de rochas, emaranhados de algas e corais), com o corpo oculto e antenas estendidas. Á noite, sai em busca de alimento, retornando ao abrigo de manhã.

Fonte: Ibama

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