sexta-feira, 16 de março de 2007

Embrapa articula criação de plataforma de Mudanças Climáticas

Vitor Moreno

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, está articulando, através de seu Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento (DPD), a criação de uma plataforma para organizar as discussões e atividades que acontecerão na empresa sobre o tema.

Segundo a diretora executiva Tatiana Deane de Abreu Sá, a idéia é “coordenar o que a empresa já realiza nessa área e orientar ações para os segmentos em que devemos atuar continuamente, considerando a diversidade do território brasileiro”. Tatiana explica que a preocupação da Embrapa, neste momento, é entender qual seria o espaço diferencial de contribuição da instituição. “Não vamos trabalhar apenas levantando os riscos que a mudança climática acarreta em termos amplos. Há várias outras instituições atuando com competência no tema. Vamos trazer isso para o cenário agrícola e ver o quanto isso vai afetar os cultivos e a pecuária. Qual o impacto dos diferentes cenários de aumento de temperatura e variação de chuva apontados pelo IPCC [Painel Intergovernamental em Mudança do Clima] nos sistemas de produção?”, exemplifica.

A partir dessa plataforma, serão realizados projetos nas diferentes unidades da Embrapa. Alguns poderão receber recursos de instituições interessadas no tema, como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que já manifestou interesse em parcerias que envolvam o assunto. Algumas idéias são novos sistemas de produção, manejo e o desenvolvimento de cultivares tolerantes a seca, alagamentos e pragas, cenários que poderão surgir com as mudanças climáticas que o planeta enfrenta. Muitas dessas idéias foram discutidas durante o 1º Simpósio Brasileiro de Mudanças Ambientais Globais, que aconteceu nos dias 11 e 12 de março. O evento também serviu para que os pesquisadores que atuam com Mudanças Climáticas, lotados em diversas unidades da Embrapa, se reunissem no Rio de Janeiro. Foi a oportunidade também para promover a integração dos novos contratados às ações estratégicas da área. Em seu último concurso, realizado no ano passado, a instituição abriu 14 vagas para a área de Mudanças Climáticas, distribuídas em 13 unidades, das quais dez já foram preenchidas.

Rede

Como uma das instituições que vêm demonstrando sensibilidade ao tema das mudanças ambientais, a Embrapa foi convidada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia para integrar a Rede Brasileira de Mudanças Climáticas. Em fase de montagem, a rede irá juntar os esforços de diversas entidades. A Embrapa deverá ter forte protagonismo na sub-rede que irá estudar os impactos na atividade agrícola.

Fonte: Embrapa

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