A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, recebe hoje, Dia Mundial da Água, em Foz do Iguaçu, a Carta de Princípios Cooperativos pela Água, que será assinada no final da tarde por representantes de órgãos gestores dos recursos hídricos do governo federal e estadual, grandes consumidores e organizações não-governamentais, o chamado terceiro setor.
O ato é o início da campanha nacional SOS H2O. No documento todos se comprometerão a promover o uso eficiente da água em todos os segmentos da sociedade, mobilizando para isso o conhecimento e a experiência de cada instituição.
A celebração de hoje, que tem como tema "A procura de solução para a escassez da água" está sendo coordenada em todo o mundo pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e alimentação (FAO), também interessada na distribuição da água no globo terrestre. O encontro em Foz do Iguaçu foi organizado em conjunto com a Hidrelétrica de Itaipu e Fundação Roberto Marinho. De acordo com estudos da ONU, mantendo-se os padrões atuais de consumo, em 2050 mais de 45% da população mundial não poderá contar com a porção mínima individual de água para as necessidades básicas. Atualmente cerca de 1,1 bilhão de pessoas não têm acesso à água potável. A projeção da ONU indica agravamento da situação quando a população mundial atingir os cerca de 10 bilhões de habitantes, com a continuação das mudanças climáticas.
Em seu conjunto o documento estabelece "bases indispensáveis para a construção de um mundo melhor, fundado no compromisso coletivo de respeitar e defender os princípios da dignidade humana, da igualdade e da eqüidade em escala mundial". Lembra que o uso dos recursos naturais "constitui compromissos assumidos por todos os 191 Estados-Membros das Nações Unidas e que se constituem nos "Objetivos de Desenvolvimento do Milênio", a serem cumpridos até o ano de 2015".
O documento tipifica a escassez de água por categorias e aponta solução para cada uma delas. Em primeiro lugar, informa que a água disponível nos rios e lagos seria suficiente para atender à demanda, mas não chega às casas das pessoas por falta de um sistema de abastecimento, com estações de tratamento, adutoras e rede de distribuição. "No Brasil, aproximadamente 8% dos domicílios urbanos estão nessa situação. Em cerca da metade dos 92% dos domicílios atendidos com água, o esgoto resultante é coletado e conduzido de volta aos rios, em geral sem a necessária remoção da carga poluidora", revela o estudo. Em segundo lugar, o documento afirma que a quantidade de água que flui pelos rios ou está estocada nos reservatórios é "insuficiente para atender ao consumo doméstico e à produção agrícola, industrial e energética sendo preciso otimizar o uso, principalmente na agricultura, que é o segmento responsável por cerca de 70% da água retirada dos rios". O documento também informa que a quantidade de água nos rios é suficiente, mas de tão má qualidade, que não pode ser usada.
Fonte: Redação Terra
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