Paula Lourenço
Liberado para ser consumido, com outros remédios, contra o vírus da Aids em 1998, o produto deve ser fabricado pelo Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos) da Fiocruz, no Rio de Janeiro, e pelo laboratório pernambucano a partir de julho de 2008. Até lá as equipes das duas unidades trabalharão no projeto de pesquisa para desenvolver o medicamento. O estudo custará R$ 1,1 milhão aos cofres públicos. O acordo foi firmado após visita do presidente da Fundação ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que ocorreu no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo do estado. “Vamos trazer matéria-prima de países como a Índia e a China ou até mesmo do Brasil para cá (Pernambuco) para que esse produto seja fabricado aqui. Acertamos o compromisso porque o produto é muito caro e, quando o tivermos, poderemos oferecer ao Ministério da Saúde, reduzindo preços excessivos pagos para o tratamento da Aids”, argumentou Buss, lembrando que, além do Efavirenz, a Fiocruz e o Lafepe poderão firmar parcerias para a produção de outros tipos de medicamentos. Os representantes do Lafepe e da Fundação devem fazer visitas aos respectivos laboratórios para conhecimento de atividades de cada unidade.
O presidente da Fiocruz também comentou com o secretário de Saúde de Pernambuco, Jorge Gomes, que o Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães (CPqAM), unidade da Fundação no estado, está desenvolvendo a capacitação de gestores municipais de saúde. “Podemos hierarquizar essa iniciativa com o governo”, comentou, durante o encontro que contou com a participação do diretor do CPqAM, Romulo Maciel Filho, do pesquisador da Fundação Luiz Cláudio Arraes, do presidente do Lafepe, Luciano Vasquez, além de diretores do laboratório. Buss lembrou que a Fundação está à disposição do governo no que diz respeito ao aprimoramento do Sistema Único de Saúde (SUS) local. “Agradecemos a parceria e vemos isso como uma questão estratégica para a melhoria da saúde no estado”, declarou o governador. Segundo Eduardo Campos, o CPqAM vem cumprindo um projeto estratégico de consolidação de pólo científico na região.
A Fiocruz do Recife desenvolve, atualmente, projetos de pesquisa que incluem a segunda etapa da vacina da Aids, a criação da vacina de DNA contra o dengue, além de trabalhos nas áreas de filariose, esquistossomose, peste, doença de Chagas, leishmanioses, cólera e mosquitos transmissores de doença (Aedes aegypti, o mosquito do dengue, e Culex quinquefasciatus, a popular muriçoca). O CPqAM tem uma liderança consolidada em C&T e na formação de recursos humanos em saúde no Nordeste e desenvolve, desde 1950, um trabalho sistemático de pesquisa e ensino em diversos campos da saúde pública, doenças infecto-contagiosas e no combate a endemias.
Fonte: Fiocruz
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