O cientista Fábio Engelmann mostra as tintas que alertam contra excesso de raios UVA e UVB (nos tubos, nas cores azul e vermelha) e quatro protótipos dos adesivos, em diversas cores e formas, aplicados nas mãos. (Fotos cedidas pelo pesquisador)
Marina Verjovsky
Cientista brasileiro desenvolve adesivo que identifica excesso de exposição aos raios ultravioleta
A criação é do químico Fábio Monaro Engelmann, que começou a pesquisar o assunto depois de concluir seu doutorado na Universidade de São Paulo. Para fabricar o produto, ele abriu sua própria empresa (chamada NanoBras) com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). “Visualizei essa necessidade no mercado e comecei a procurar substâncias que mudassem de cor apenas quando expostas aos raios UVA e UVB”, conta. “Testei até a beterraba, que tem uma coloração tão bonita, mas não funcionou muito bem e acabei achando um composto mais simples, barato e fácil de produzir.” Qual é a substância? Isso Engelmann não revela, por receio de ter sua idéia roubada – mesmo já tendo depositado a patente no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Mas ele garante que o produto funciona. Por enquanto, os únicos testes em humanos foram realizados no pesquisador, que foi sua própria cobaia. “O produto tem os mesmos efeitos colaterais que qualquer esparadrapo, pois apenas a tinta é especial, e ela não descola, não entra em contato com a pele e é à prova d’água”, explica.
Para promover a mudança de coloração da tinta de acordo com a intensidade e o tempo de exposição da pele aos raios ultravioleta, a empresa usou um simulador solar – cedido pela Fapesp –, que permite "calibrar" a velocidade desse processo. Assim, foi possível imitar a sensibilidade da pele humana quando exposta aos raios UV provenientes do sol, de câmaras de bronzeamento artificial ou de qualquer outra fonte. Na tentativa de atender às necessidades da nossa população mestiça, foram desenvolvidos adesivos que mudam de cor com doses de radiação distintas, de acordo com seis tipos de pele diferentes. “A mais branca pode ficar apenas 10 minutos sem proteção ao sol do meio-dia, já a mais escura, apesar de nunca se queimar, não deve permanecer mais que duas horas”, afirma Engelmann.
A mudança de coloração dos adesivos avisa ao usuário quando reaplicar o protetor solar ou procurar uma barraca.
Como utilizar
Fonte: Ciência Hoje On-line
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