quinta-feira, 26 de abril de 2007

Governo buscará outras fontes de energia, se questão de licenças ambientais não for resolvida, diz ministro

Yara Aquino

O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, afirmou hoje (25) que, se não for encontrada uma solução para o impasse sobre a licença ambiental para construção das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia, o governo irá buscar outras fontes de energia."Se, até maio, não tivermos isso, certamente estaremos discutindo uma fonte térmica para substituir a melhor fonte que temos, que é a hidráulica, que entendemos, do ponto de vista econômico e ambiental, que garante a segurança energética do país".

Perguntado sobre que fonte de energia seria usada, Rondeau disse aos jornalistas que "pode ser nuclear, qualquer outra térmica que não seja a hidráulica. Certamente não será a eólica, certamente não será solar".Rondeau, que se encontrou hoje (25) com a chefe da Casa Civil, ministra Dilma Rousseff, afirmou que o Ministério de Minas e Energia tem relatórios técnicos feitos por especialistas, sinalizando que a obra é viável do ponto de vista ambiental. Em parecer técnico divulgado no último dia 23, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) recomendou que não fosse emitida licença prévia para a instalação das hidrelétricas do Rio Madeira. De acordo com o documento, há um elevado grau de incerteza no processo, principalmente porque o estudo sobre os impactos ambientais não identificou todas as áreas que serão afetadas pelas obras.O ministro Silas Rondeau disse ainda que não acredita que a divisão do Ibama, anunciada hoje pelo secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, vá facilitar a concessão da licença ambiental. "Não vejo como. O que pode ser feito é enfrentarmos a questão e encontrarmos uma resposta para os questionamentos que estão sendo feitos no tempo em que se possa fazer a licitação o mais rápido possível", afirmou o ministro.

Na semana passada a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, anunciou a saída do presidente do Ibama, Marcus Barros, e negou que a mudança tenha relação com pressões relativas ao licenciamento ambiental. Na ocasião, a ministra comentou ainda informações publicadas pela imprensa de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria se queixado de morosidade nolicenciamento. Ela afirmou que as declarações que seriam de Lula estavam atribuídas a terceiros e não refletem a realidade.

Fonte: Agência Brasil

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