segunda-feira, 30 de abril de 2007

Governos de 150 países discutem ambiente

Reunião em Bangcoc terá propostas para tentar frear o aquecimento global. Representantes querem identificar medidas que podem ser adotadas

Especialistas em climatologia e meio ambiente e representantes de governo de 150 países começaram nesta segunda-feira (30) a debater, em Bangcoc (Tailândia), propostas destinadas a reduzir as emissões de dióxido de carbono para tentar frear o aquecimento global. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), criado em 1988 pelas Nações Unidas, promoverá reuniões até a sexta-feira (4), quando deverá divulgar meios que podem ser usados para reduzir os efeitos prejudiciais causados pelo aumento das temperaturas.

O objetivo do documento é identificar a tecnologia e as medidas que estão ao alcance da comunidade internacional para conseguir a diminuição das emissões de gases em 26 bilhões de toneladas até 2030, o que, acredita-se, freará o aumento da temperatura. Essa estratégia levará a economia mundial a fazer, nas próximas duas décadas, um investimento de bilhões de dólares, que, segundo os analistas, será compensado pela economia em matéria de saúde pública devido à redução do nível de poluição atmosférica. "O aquecimento global se transformou em um sério tema de discussão que requer uma postura comum", disse o subsecretário do Ministério do Meio Ambiente tailandês, Chartree Chueyprasit, no discurso de abertura da reunião. Os analistas, que prevêem um encontro com polêmicas e conflitos, apresentarão as propostas sobre o uso de energias alternativas, algumas já utilizadas, como a nuclear, e outras nem tanto, como a do armazenamento subterrâneo do dióxido de carbono.

Alterações

A minuta do relatório, que será modificado para incluir as recomendações apresentadas durante os debates, sustenta que devem ser introduzidas medidas nos setores energético, de transporte, de obras públicas, de agricultura e na exploração de recursos florestais, indústria e gestão do lixo. "Que ação e quando adotá-la é o que deverá ser decidido pelos governos", afirmou o presidente do IPCC, Rajendrat Pachauri. O relatório, que será o terceiro que o IPCC adota por consenso neste ano, servirá, junto com os dois anteriores, como base para futuras negociações multilaterais realizadas com o objetivo de adotar um novo tratado de regulamento da emissão de gases, que substituirá o protocolo de Kyoto.

Conflito

A publicação do segundo relatório do IPCC foi adiada depois que alguns especialistas se retiraram da reunião em Bruxelas por considerar que o texto final apresentava alguma interferência política. Na reunião de Bruxelas, o grupo alertou que ao longo deste século a temperatura subirá entre 1,1 e 6,4 graus celsius, uma previsão alarmante, enquanto os cientistas acreditam que um aumento acima dos 2 graus celsius levará ao desaparecimento de aproximadamente 30% das espécies. O IPCC afirma em um dos parágrafos da minuta do terceiro relatório que "é tecnicamente e economicamente viável estabilizar as concentrações na atmosfera de gases do efeito estufa, levando em conta que existem incentivos para continuar desenvolvendo e aplicando diversas tecnologias para encontrar uma solução". As conclusões obtidas pelos especialistas em Bangcoc serão novamente discutidas na reunião do IPCC realizada de 12 a 16 de novembro, em Valência, Espanha.

Fonte: EFE

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