sábado, 28 de abril de 2007

Indígenas e pesquisadores planejam plantio de sistemas agroflorestais

Uma das alternativas para fortalecer a agricultura e a economia das comunidades indígenas é o desenvolvimento de sistemas agroflorestais e práticas agroecológicas. Para isso, pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) estão colocando essa idéia em prática na Terra Indígena Araçá, localizada cerca de 120 km ao norte de Boa Vista (RO).

As atividades foram implementadas por meio do projeto Wazaka’yé: estudo de roças, solos e florestas indígenas que, agora, apresenta os resultados de sua primeira fase durante a Oficina Agroflorestal da Terra Indígena Araçá. A oficina começou nesta quinta-feira (26) e terminou no hoje (28), na própria comunidade. Durante as oficinas, professores, técnicos dos projetos de pesquisa e extensão, e membros das comunidades terão acesso aos primeiros resultados de um diagnóstico participativo, e das técnicas utilizadas para evitar o desgaste do solo. Além disso, o encontro tem como objetivo estabelecer um programa de trabalho e linhas prioritárias para o projeto para que o mesmo tenha impacto positivo na qualidade de vida e no respeito com a cultura de cada comunidade.

Segundo a coordenadora científica e pesquisadora da Coordenação de Pesquisas em Ciências Agronômicas (CPCA/Inpa), Sonia Alfaia, o projeto faz parte de um outro projeto chamado "Guyagrofor" – Desenvolvimento de Sistemas Agroflorestais Sustentáveis Baseado em Conhecimentos Indígenas e Quilombolas no Escudo das Guianas. Ele é um consórcio internacional do programa de Cooperação Internacional (Inco) financiado pela Comunidade Européia. "No Brasil, o "Guyagrofor" foi denominado Wazaka’yé, nome escolhido pelos próprios indígenas da região. Wazaka’yé é o nome de uma árvore mitológica que dava vários tipos de frutas em abundância. Quando foi derrubada, seu toco deu origem ao Monte Roraima, e seus galhos os rios da região", explicou Alfaia. O projeto Wazaka’yé é fruto de um convênio entre o Inpa, o Conselho Indígena de Roraima (CIR) e o Centro Indígena de Cultura e Formação Raposa Serra do Sol - Escola Agrotécnica e Ambiental de Surumu.

O convênio visa estudar o solo, as roças e as florestas da região para a elaboração de propostas de sistemas agroflorestais. Além de ter também como meta apoiar as atividades da agricultura que atendam as demandas dos comunitários. Para tanto, a equipe científica conta com o apoio dos alunos e técnicos indígenas da Escola Surumu. Para ler a matéria na íntegra, clique aqui.

Fonte: Inpa

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