quinta-feira, 24 de maio de 2007

China: derretimento de geleiras alerta para cheias

O derretimento das geleiras do Tibete poderá provocar a pior cheia do rio Yangtsé desde 1998, quando mais de três mil pessoas morreram quando o rio mais extenso da China transbordou, noticiou nesta quinta-feira a imprensa local. "As características meteorológicas e hidrológicas no vale do rio Yangtsé deste ano são similares àquelas de 1998", disse Cai Qihua, vice-chefe do quartel-general de Controle das Cheias do Rio Yangtsé, citada pelo jornal China Daily. "Deveremos estar vigilantes para uma cheia comparativamente grande no Yangtsé", o disse Qihua ao jornal.

Vastas áreas cobertas de neve derreteram no platô Qinghai-Tibete, onde nasce o Yangtsé, acrescentou o jornal, que atribuiu o inverno incomumente quente ao fenômeno El Niño, o aquecimento anormal das águas superficiais no Pacífico oriental. Anteriormente, algumas autoridades chinesas haviam vinculado as altas temperaturas deste inverno ao aquecimento global provocado pelo homem. O Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC, na sigla em inglês), alertou em um relatório publicado em abril que as geleiras do Himalaia estão em séria ameaça devido ao aquecimento global.

A Administração Meteorológica Chinesa previu fortes chuvas e tufões neste verão, sobretudo na região sul do país, afetando especialmente as partes baixas do Yangtsé, destacou o China Daily. Fortes cheias poderiam ser potencialmente desastrosas, já que cidades populosas como Nanquin, Wuhan e Chongqing se situam ao longo do rio, acrescentou o jornal. Uma elevação do nível do Yangtsé também poderia representar um duro teste para a gigantesca represa de Três Gargantas, disse Cai, citada pelo jornal. Vinte e oito mil pessoas vivem em regiões perto do reservatório da represa, que poderiam ser inundadas se o nível de armazenamento de água atingir o máximo de 175 metros, alertou Cai, que pediu aos governos locais que trabalhem na evacuação a tempo. No início do mês, a imprensa estatal alertou que a China enfrenta este ano sua maior ameaça em 10 anos de tufões, cheias, secas e calor extremo causados pela mudança climática.

Fonte: AFP

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