quinta-feira, 14 de junho de 2007

China lamenta G8 não ter metas de redução de gases

A China lamentou hoje o fato de acordo referente à mudança climática alcançado na recente cúpula do G8 - os sete países mais industrializados e a Rússia - não estabelecer metas específicas em relação à redução dos gases causadores do efeito estufa."É um acordo positivo porque reconhece a gravidade do problema, mas falhou ao não especificar as obrigações e responsabilidades de cada país. Por conta disso, as metas e compromissos quantitativos de redução serão assumidos pelos países desenvolvidos", afirmou em entrevista coletiva o ministro da Ciência e Tecnologia da China, Wan Gang.

Na cúpula do G8 realizada na semana passada, os líderes de Estados Unidos, Itália, Alemanha, França, Reino Unido, Canadá, Japão e Rússia concordaram com a necessidade de serem buscadas formas de se reduzir à metade, até 2050, emissões dos chamados gases estufa, embora não tenham estabelecido compromissos. Wan, único ministro chinês que não pertence ao Partido Comunista, disse que a China procurará desenvolver tecnologias que ajudem a reduzir as emissões de CO2. Além disso, disse esperar que os países ricos colaborem transferindo seus avanços. "Para os países em desenvolvimento, o maior desafio é como tirar maior partido das tecnologias para poder reduzir as emissões de gases estufa sem que seja às custas de seu desenvolvimento", disse Wan.

Entre as técnicas mais decisivas para isso, o ministro chinês referiu-se à captura e ao armazenamento do dióxido de carbono emitido pelas fábricas que utilizam carvão, procedimentos que estão sendo pesquisados por vários países, entre eles a China, mas sem resultados práticos por enquanto. Junto com os outros grandes países emergentes, como o Brasil e a Índia, a China defende que a maior responsabilidade pela mudança climática é dos países desenvolvidos, pois foi sua industrialização a principal causa do atual aumento das temperaturas.
No entanto, disse Wan, o país asiático busca um modelo de desenvolvimento diferente do usado por países industrializados com "grandes emissões de gases poluentes per capita".

A Agência Internacional de Energia (AIE) estima que, em 2008, a China ultrapassará os Estados Unidos como maior emissor de CO2 do mundo. No entanto, lembrou hoje Liu Yanhua, vice-ministro de Ciência e Tecnologia, as emissões per capita chinesas continuarão sendo um quarto das americanas. A China propôs reduzir em 20% seu consumo energético até 2010, mas Wan não pôde quantificar o que isso significará em termos de redução de emissões de gases estufa caso o país cumpra a meta.

EFE

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