A preocupação com a mudança climática chegou aos Prêmios Príncipe de Astúrias, com a atribuição, nesta quarta-feira, do prêmio Cooperação Internacional 2007 ao ex-vice-presidente americano Al Gore por seu trabalho de conscientização sobre o problema em todo o mundo.
O prêmio recompensa sua "decisiva contribuição no progresso da solução dos graves problemas das mudanças climáticas que ameaçam o nosso planeta", disse o presidente do júri, o ex-chefe de governo espanhol Leopoldo Calvo Sotelo, ao ler a ata do júri.
São problemas que "tornam estritamente necessária a cooperação internacional", acrescentou o presidente do júri. Al Gore, 59 anos, se impôs nas preferências do júri a outros quatro finalistas, como a organização não-governamental Intermón, o Instituto Universitário Europeu, a Organização Meteorológica Mundial e o economista britânico Nicholas Stern.
Vice-presidente norte-americano entre 1993 e 2001, Al Gore é atualmente o presidente da organização Aliança para a Proteção do Clima, que visa a conscientizar sobre a importância de tentar encontrar soluções para a mudança climática, um objetivo para o qual reorientou sua vida pública. Por isso, o júri quis "ressaltar os grandes méritos de um homem público, que com sua liderança contribuiu para sensibilizar sociedades e governos de todo o mundo na defesa desta nobel e transcedental causa".
Ganhador de um Oscar de melhor documentário com "Uma Verdade Inconveniente", com o qual deu a volta ao mundo, alertando para os riscos da mudança climática, Gore também é promotor de sete megaconcertos, que sob a denominação Live Earth e o slogan "Um clima em perigo", serão celebrados em 7 de julho, em Londres, Nova York, Johannesburgo, Rio de Janeiro, Xangai, Sidney e Tóquio. A preocupação com a economia e o clima sempre esteve presente na carreira do prêmio Príncipe de Astúrias, que em 1992 descreveu os problemas que o problema enfrentava e propôs medidas para evitar o desastre no livro Earth in the Balance: Ecology and the Human Spirit. Nesse mesmo ano, integrou a delegação americana na Cúpula da Terra, celebrada no Rio de Janeiro e como vice-presidente dos Estados Unidos, defendeu a ratificação do Protocolo de Kyoto, vetada pelo Senado antes de o governo Bush retirar a assinatura americana do Protocolo.
Gore foi premiado como a cabeça visível de um movimento que adverte para os perigos da mudança climática, mas o júri do prêmio também quis, com esta distinção, "reconhecer todas aquelas pessoas e instituições que estão trabalhando na mesma linha", disse Calvo Sotelo.
O prêmio Príncipe de Astúrias de Cooperação Internacional é o primeiro dos oito prêmios concedidos anualmente pela Fundação Príncipe de Astúrias e que são entregues numa cerimônia, celebrada no outono, em Oviedo, pelo herdeiro da Coroa espanhola, o príncipe Felipe, cujo título dá nome a estes prêmios. Estes prêmios são destinados "a reconhecer o trabalho científico, cultural e social feito no âmbito internacioanl, especialmente na comunidade íbero-americana de nações, por pessoas, equipes de trabalho ou instituições, cujos feitos constituam um exemplo para a Humanidade". No ano passado, o prêmio de Cooperação Internacional foi para a Fundação Bill e Melinda Gates.
Fonte: AFP
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