Carolina Monteiro
O presidente mencionou a necessidade de criar padrões e normas técnicas sobre o etanol e o biodiesel para fazer do biocombustível um “pilar da matriz energética mundial”. E disse que está sendo feito um trabalho conjunto com “nossos parceiros no Foro Internacional de Biocombustíveis: África do Sul, China, Estados Unidos, Índia e União Européia”. Lula frisou que o objetivo do certificado não é “criar uma competição entre energia, comida e meio ambiente”, mas mostrar respeito pelas questões ambientais e pela necessidade de preservar a produção de alimentos.Um dos principais defensores dos biocombustíveis na comunidade internacional, o presidente foi o único chefe de Estado presente ao encontro. A União Européia se impôs a meta de substituir 10% de todo o combustível consumido pelos 27 países do bloco por energias renováveis até 2020. Hoje, a participação é de 1%, como disse presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso.Sobre a questão alimentar, Lula disse: “Todos sabemos que não há escassez de alimentos no mundo, mas escassez de renda capaz de garantir o acesso das populações mais pobres ao que comer. A falta de renda está diretamente vinculada aos vultosos subsídios agrícolas dos países ricos. Trata-se de desvio do comércio internacional que ameaça a produção de alimentos e de excedentes exportáveis pelos países pobres”.
O presidente usou o Brasil como exemplo de que não há oposição entre uma agricultura voltada para a produção de alimentos e outra para a produção de energia. “A fome no país diminuiu no mesmo período em que aumentou o uso dos biocombustíveis. O plantio da cana-de-açúcar não comprometeu ou deslocou a produção de alimentos. Na realidade, a cana ocupa menos de 10% da área cultivada do país, ou seja, menos de 0,4% do território brasileiro. Essa área – é bom que se diga – fica muito distante da Amazônia, região que não se presta à cultura da cana”.Ele afirmou ainda que o Brasil convocará uma Conferência Internacional sobre Biocombustíveis, em julho de 2008, no Rio de Janeiro, que sediou o encontro ambiental Rio-92, há 15 anos.Depois da conferência, Lula participou de um almoço de trabalho oferecido por Durão Barroso, seguido da assinatura de acordos de cooperação na área de biocombustíveis – cujo conteúdo não foi revelado.
Fonte: Agência Brasil
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