quarta-feira, 24 de outubro de 2007

1,6 bilhão de pessoas vivem sem eletricidade

Roberto do Nascimento

Atualmente, estimados 2,4 bilhões de pessoas utilizam carvão mineral, carvão vegetal, lenha, resíduos agrícolas ou esterco como combustível primário de cozinha. Aproximadamente 1,6 bilhão de pessoas em todo o mundo vivem sem eletricidade. Grandes quantidades de pessoas, especialmente mulheres e meninas, são privadas de oportunidades econômicas e educacionais, sem acesso a aparelhos básicos de custo razoável e que economizem trabalho, nem a iluminação adequada, somados ao tempo gasto a cada dia para coletar combustível e água. A poluição interna causada pelos combustíveis tradicionais de cozinha expõe milhões de famílias a consideráveis riscos de saúde.

As informações fazem parte relatório feito por 15 especialistas para InterAcademy Council, que reúne as principais academias de ciências do mundo. Dilvulgado no Brasil pelo físico José Goldemberg, co-presidente do painel, o estudo apresenta propostas para dar qualidade de vida a esses excluídos, sem comprometer de forma ainda mais prejudicial o meio ambiente. Proporcionar formas modernas de energia aos pobres do mundo poderia gerar benefícios múltiplos, facilitando a luta diária para assegurar meios básicos de sobrevivência; reduzir riscos substanciais à saúde relacionados à poluição; liberar capital e recursos humanos escassos; facilitar a entrega de serviços essenciais, incluindo assistência médica básica; e mitigar a degradação ambiental local", diz o estudo

O documento cita duas iniciativas como exemplo de políticas que podem ser adotadas para geração de uso da energia: "a Califórnia estabilizou o consumo de eletricidade per capita nos últimos 30 anos e o Brasil criou uma indústria dos biocombustíveis que saltou bem adiante de países economicamente mais desenvolvidos". O relatório aponta desigualdades não só na distribuição como no consumo dos recursos. Um norte-americano médio, por exemplo, consome o equivalente à necessidade de cem pessoas, enquanto no resto dos industrializados esse consumo equivale ao de 50 pessoas. O desafio, informa, será gerar energia sustentável, que preserve o meio ambiente, estenda os serviços básicos aos 2 bilhões de excluídos e reduza os riscos de conflitos geopolíticos que possam surgir pela competição por recursos energéticos irregularmente distribuídos.

Fonte: DiárioNet

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