Animais exóticos são o destaque da série escolhida via enquete popular, à exceção da Arara Vermelha, que representa a região Norte, e a coleção do Parque do Museu Goeldi, o mais antigo zôo nacionalOs zoológicos do Brasil são homenageados na série especial de selos que os Correios colocaram em circulação neste mês de outubro.
A edição é composta por seis selos, sendo que cada um apresenta as espécies mais lembradas nos zôos distribuídos pelas cinco regiões brasileiras: Norte, Nordeste, Sudeste, Centro-oeste e Sul. A saudável iniciativa que mobilizou a sociedade brasileira em torno destes espaços emblemáticos de educação ambiental é resultado de uma parceria entre os Correios e a Sociedade de Zoológicos do Brasil (SZB). Os animais que compõem a série foram escolhidos por meio da votação popular “Bote o Bicho no Selo”, promovida pelos Correios via Internet. Segundo os Correios, mais de 50 mil pessoas participaram dessa seleção, na qual foram eleitos cinco animais para representar as regiões do Brasil. A sexta espécie que ilustra a série de selos foi proposta pela SZB. Além dos selos, os Correios produziram um cartão postal e uma embalagem temática com mensagens de combate ao tráfico de animais.
Trinta e seis animais foram submetidos à enquete popular é o resultado foi o seguinte: a arara-vermelha-grande foi a mais votada para representar a região Norte, o leão-africano simboliza a região Nordeste, o tigre é o representante escolhido pela região Sul, o elefante-africano foi o preferido pela região Sudeste e a girafa foi a opção da região Centro-Oeste. Dentre os animais sugeridos pela SZB, o chimpanzé foi a espécie apontada pela população para integrar a nova série. Exóticos – Com esta iniciativa, os Correios e SZB reafirmam seu compromisso de preservação dos valores nacionais e do meio ambiente. Mas é importante observar que a votação popular escolheu cinco animais exóticos para representar os zôos brasileiros. A única exceção foi a região Norte, que selecionou a Arara-Vermelha-Grande, animal americano atualmente restrito a Amazônia e que está representado na coleção faunística do Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi – MPEG. Este fato parece revelar que os representantes da fauna nacional ainda não estão na cabeça e na boca do povo brasileiro.
Messias Costa, veterinário do Parque Zoobotânico do Museu Goeldi, instituição vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, ressalta que a natureza está ameaçada em várias partes do planeta e, portanto, deve ser valorizada por toda humanidade. “Porém o resultado da votação Bote o Bicho no Selo demonstra a força da imagem do animal exótico no imaginário da população, visto que a maioria dos animais selecionados para compor os novos selos é de origem africana ou asiática”, interpreta Messias. Costa explica que o animal exótico é aquele que não faz parte do território brasileiro. “A fauna exótica predomina nos zoológicos brasileiros. Percebemos, aqui no Parque do Goeldi, que é um zoobotânico temático sobre a Amazônia, que várias crianças chamam a ariranha de foca e a onça de leão, o que retrata a necessidade de mais investimentos em uma educação ambiental voltada para a realidade do Brasil”, completa. Estimular o interesse da população brasileira pela fauna nacional é uma tarefa do sistema escolar, de zôos, museus, da indústria cultural nacional, da mídia jornalística e do Estado, defende Messias.
Quando perguntado se o resultado da votação na região Norte o surpreendeu, Messias Costa responde: “todos os animais possuem importância única na cadeia da vida. Araras e papagaios exercem grande fascínio em função das cores e dos barulhos que emitem, são animais extremamente comunicativos”. Ele acrescenta que os zôos têm um papel importante na conservação dos ambientes e das espécies nativas, função que já garantiu bons resultados mundo afora. O Coordenador de Comunicação e Extensão do Museu Goeldi, Nelson Sanjad, partilha da mesma opinião. Ele considera excelente a iniciativa dos Correios e da SZB de homenagear os zoológicos brasileiros, “mas seria muito interessante uma votação específica para os animais que ocorrem no Brasil”.
Museu Goeldi
São aves, preguiças, cutias, pacas, macacos, répteis e anfíbios, sem contar com os insetos, que estão distribuídos ao longo dos caminhos dessa floresta plantada. Muitos estão camuflados na vegetação. Porém a observação paciente e atenta permitirá ao visitante descobrir muito da beleza e diversidade que o circunda. Zoológicos – Segundo a SZB, o zoológico no Brasil é recente, pois data do final do século XIX, mas, em termos mundiais, um dos primeiros exemplares de zôos surgiu ainda antes de Cristo, no período compreendido entre 2.900 e 2.200 a.C, no antigo Egito. Contudo, nessa época, pensava-se em zoológico apenas como uma reunião de animais. Outras reuniões de várias espécies foram identificadas no decorrer da história, tais como as do rei bíblico Salomão e as do imperador asteca Montezuma, mas foi o zôo de Schönbrunn, na Áustria, construído pelo imperador Francisco I, em 1752, que inaugurou uma nova era conceitual de zoológicos ao prezar pela arquitetura de recintos, paisagismo e manejo de animais. Até então, o zoológico não era aberto à visitação pública. Foi só a partir de 1765 que ele se tornou um espaço de lazer popular. A maioria dos grandes zôos existentes hoje em dia também surgiu no século XIX, assim como o Parque Zoobotânico do Museu Goeldi. São eles: Jacarta (Indonésia), Adelaide (Austrália), Adis Abeba (Etiópia), Nova Iorque (EUA) e Buenos Aires (Argentina).
Fonte: Museu Goeldi
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