A Comissão Interministerial do Clima, do Ministério da Ciência e Tecnologia, realizou o primeiro seminário para subsidiar o Segundo Inventário das Emissões de Efeito Estufa na semana passada, quando a organização da sociedade civil de interesse público Economia e Energia (E&E) apresentou o Balanço de Carbono nas Atividades Energéticas do Brasil. O estudo foi encomendado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia.
O secretário executivo da comissão, José Domingues Miguez, informou que baseado na experiência do primeiro inventário, a comissão está tentando, nesse segundo trabalho, melhorar as partes onde foram notadas imperfeições. Miguez explicou que no caso do balanço energético nacional, a parte referente ao metanol está misturada com álcool no primeiro inventário. A idéia da comissão, nesse novo documento, é separar os dois produtos, porque o etanol é renovável e o metanol vem do gás natural, e por isso é considerado um combustível fóssil. O segundo inventário, de acordo com Miguez, vai incluir a parte denominada de “fugitivas de emissão” dentro do setor energético, tanto na parte de petróleo e gás natural, como na produção de carvão. Por emissões fugitivas entende-se quaisquer poluentes lançados no ar ambiente, sem passar primeiro por alguma chaminé ou duto projetados para dirigir ou controlar seu fluxo.
Miguez explicou que essas emissões fugitivas serão calculadas com base em informações da Petrobras e do setor de carvão mineral.
Outro assunto que constará do inventário de emissões de efeito estufa é o uso da terra e florestas. Os dados serão elaborados pela Fundação Nacional de Ciências, Aplicações e Tecnologia Espacial (Funcat), ligada ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), enquanto a parte agrícola será coordenada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Do acordo com Miguez, será dada ênfase também à parte de tratamento de resíduos. O secretário disse que além de todos esses estudos, as emissões que não são ligadas a energia em setores como alumínio, cimento e indústria química, serão calculadas diretamente junto a cada segmento. “O trabalho mais difícil para nós é a parte de uso da terra e florestas. Este ano, no segundo inventário, nós estamos tentando usar todas as imagens de satélite do Brasil, que são 460. No primeiro inventário, foi feita a sobreposição de imagens de satélites de desmatamento com as imagens de mapas de vegetação. Nesse agora, a gente vai tentar fazer a sobreposição com mapas de solo, além de vegetação e desmatamento”.
Fonte: Agência Brasil
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