Roberto do Nascimento
Numa tarde atipicamente chuvosa de primavera carioca, o terceiro andar da terceira maior instituição industrial brasileira, em pleno centro do Rio, acolheu uma pequena mostra de biomas nacionais. De forma harmônica espécies da Mata Atlântica e da Amazônia conviveram por todo o dia. O ambiente especialmente estruturado deu o tom que a Vale, a maior empresa do País ao lado da Petrobrás, quis empreender ao encontro anual de sua direção com a imprensa. É claro que não faltaram números, e tudo numa empresa desse porte se conta aos milhares, milhões, bilhões. Investimentos, aquisições no Brasil e no mundo, bilhões de toneladas de minerais para lá, bilhões de dólares para cá. Mas o primeiro gesto de Roger Agnelli, presidente da Vale, antes de participar do almoço-entrevista, foi plantar uma árvore virtual no Second Life, o que todos os presentes também fizeram. As plantas ganharão vida na dimensão real entre os 3 bilhões de pés que a empresa ajuda a preservar em todo o mundo. O cenário reproduzia o que a mineradora faz em sua reserva em Linhares, Espírito Santo.
A Vale vai investir US$ 2,8 bilhões em meio ambiente até 2012, o que representa um aumento de 48% anuais na comparação com os US$ 375 milhões estimados agora para 2007. Os planos incluem recuperação de florestas nativas no Pará, plantio de 346 milhões de árvores em oito anos, das quais 165 milhões de eucaliptos, usados, por exemplo, para fabricação dos dormentes que são usados na rede ferroviária da própria empresa. A empresa vai doar 1 milhão de mudas para a área de proteção ambiental do Guandu e de recuperação da Ilha Grande, ambos no Rio. A mineradora tem uma série de projetos elegíveis para o mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL) previsto no Protocolo de Kyoto, de redução de emissões de dióxido de carbono (CO2) ou outros gases que provocam o aquecimento global. Mas ainda não decidiu se vai incluir esse processo entre as suas estratégias de ação ambiental. O interesse na questão do efeito estufa, porém, é prioritário, tanto que a Vale patrocinou a primeira reunião do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) no Brasil, realizada no Rio de Janeiro em outubro, e enviou um observador para a Conferência do Clima em Bali, na Indonésia, que vai até o dia 14.
Fonte: DiárioNet
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